As expectativas dos jovens músicos portugueses

Nunca houve tantos portugueses nas estantes da Orquestra Juvenil Gustav Mahler.

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O maestro Leo McFall dirige os dois programas extra que a Orquestra Juvenil Gustav Mahler apresentará na Gulbenkian amanhã e na terça-feira DR

Não admira que a satisfação e as expectativas sejam enormes. “Estou ansioso!”, diz o trombonista João Martinho.  “É a primeira vez que participo numa tournée da OJGM e quando soube nem queria acreditar. O programa é muito interessante e o maestro Jonathan Nott dispensa apresentações. Junta-se a tudo isto o facto de a semana de ensaios que precede a digressão se realizar em Lisboa. É como ‘jogar em casa’!” Nascido em 1991, João Martinho  teve o seu primeiro contacto com a música aos sete anos na banda filarmónica de Caldas das Taipas. Estudou no Conservatório de Braga e na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo (ESMAE) do Porto e actualmente frequenta o mestrado em Berlim na Universität der Künste.

Também  o trompetista Pedro Freire (22 anos) considera “um privilégio” ter sido escolhido. “Visionei muitos concertos da OJGM na Internet e espero trabalho árduo, responsável, em que a exigência esteja a par do nome e da qualidade da orquestra.” Antigo aluno do Conservatório de Setúbal e da Escola Profissional da Metropolitana, frequenta a licenciatura na Hochschule für Musik, Theater und Medien Hannover, na Alemanha. “Foi sempre um sonho ser aceite, visto que muitos dos músicos que participaram na OJGM têm aptidões e qualidades elevadas e estão hoje em grandes orquestras europeias e mundiais”, diz.

“Ter sido seleccionada é já uma grande oportunidade”, refere a violinista Isolda Ledegran (18 anos), que também estuda na Alemanha (Staatliche Hochschule für Musik und Darstellende Kunst Mannheim) após ter passado pelo Conservatório do Porto, onde ingressou aos sete anos. “Poder trabalhar com jovens músicos de alto nível vindos de quase toda a Europa e com grandes maestros vai ser uma experiência enriquecedora com troca de muitas impressões e culturas. Decerto aprenderei muito ao nível artístico e humano.” Espera que a OJGM possa “abrir muitas portas para o futuro devido a novos contactos”.

Tal como os seus colegas, o fagotista Virgílio Oliveira tem expectativas elevadas, considerando de extrema importância “trabalhar com os maestros e solistas que frequentam os circuitos mais restritos do mundo da música erudita” e “vivenciar um repertório variadíssimo de grande qualidade”. Nascido em 1990, estudou na Escola Profissional Artística do Vale do Ave, na ESMAE do Porto e na Musikhoschule Lübeck, na Alemanha. “É uma grande motivação ter sido admitido, prova que todo o tempo dedicado a estudar foi bem investido e será uma experiência que pode ajudar a projectar e direcionar a minha vida profissional.”

Além de considerar “uma honra” fazer parte da OJGM, o percussionista Renato Penêda está muito entusiasmado com o repertório. “A 2ª Sinfonia de Mahler é das suas obras mais icónicas e será  muito interessante tocá-la numa estreia para a OJGM. Vou também tocar timbales com pele natural pela primeira vez na 8ª Sinfonia de Dvorák, um grande desafio pelo qual espero ansiosamente!” Com 25 anos, Renato Penêda é finalista da licenciatura em Percussão na Codarts Rotterdam, tendo estudado antes no Conservatório do Porto e na ESMAE. É também licenciado em Física. “O meu principal objectivo é fazer parte de uma orquestra sinfónica. A participação na OJGM é por isso muito valiosa, poderá fazer a diferença num concurso futuro. Vários profissionais que respeito imenso passaram pela OJGM, fazer parte deste grupo restrito mostra que estou no caminho certo!” 

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