A Coreia vence o Leão de Ouro na Bienal de Arquitectura de Veneza

O Leão de Prata foi entregue ao Chile e o prémio carreira a Phyllis Lambert

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O pavilhão da Coreia mostra a separação política entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul e as diferenças que ela provoca DR
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Na Bienal de Arquitectura de Veneza com o tema Fundamentals, a Coreia apresentou Crow’s Eye View: The Korean Peninsula, um pavilhão comissariado pelo arquitecto Minsuk Cho e que mostra a divisão política entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul e a impossibilidade da existência de uma arquitectura coesa nesta situação. “Com diversas apresentações que incentivam a interactividade, [o pavilhão da Coreia] estende a questão da arquitectura e do espaço a uma realidade geopolítica”, disse o júri presidido pelo italiano Francesco Bandarin.

O Leão de Prata para a melhor representação nacional foi entregue ao pavilhão do Chile, Monolith Controversies, comissariado por Cristóbal Molina e que mostra como o sistema de casas pré-fabricadas foi incorporado pela população. Na opinião do júri, “um olhar crítico sobre o papel da arquitectura nos diferentes contextos ideológicos e políticos”.

A canadiana Phyllis Lambert recebeu o Leão de Ouro de carreira na 14ª Bienal de arquitectura de Veneza pelo seu papel como cliente e estudiosa de arquitectura e envolvimento em projectos como o Seagram Building, em Nova Iorque. A sua ligação à arquitectura foi "uma contribuição importante para o desenvolvimento da arquitectura contemporânea" disse Rem Koolhaas, director da bienal quando anunciou esta decisão em Maio.

Phyllis Lambert fundou ainda o Centro Canadiano para a Arquitectura (CCA), em Montereal. “[o CCA] combina uma visão rara com uma generosidade rara na preservação de momentos cruciais para o património da arquitectura e oferece condições ideais para o seu estudo. Arquitectos fazem arquitectura.  Phyllis Lambert forma arquitectos”, disse Rem Koolhaas. Importante na atribuição deste prémio foi também “a preocupação com as questões sociais ligadas à conservação urbana e o papel da arquitectura no espaço público”, lia-se em Maio no comunicado de imprensa.

As menções honrosas foram entregues às participações da Rússia, do Canadá e de França pelas perspectivas que apresentam sobre a arquitectura contemporânea: sobre a sua comercialização, no caso da Rússia, a sua adaptação a condições climatéricas muito específicas, no pavilhão do Canadá, e a possibilidade de visões utópicas na actualidade, na proposta francesa que apresenta uma grande maquete da Villa Arpel, a casa do filme de Jacques Tati, O Meu Tio (1958).

A Bienal de Arquitectura de Veneza de 2014 tem 65 países participantes e encerra a 23 de Novembro. Este ano, o tema Fundamentals quer “expor a modernidade como o veículo de transformações sociais, culturais e geopolíticas” e mostrar que esta modernidade “não tem sido apenas absorvida, mas também adaptada, rejeitada e criticamente transformada”, explicou o júri na cerimónia de inauguração e entrega de prémios.

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