50 and Counting: Rolling Stones anunciam digressão, que inclui o regresso a Hyde Park, 44 anos depois
Banda de Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts e Ronnie Wood tem nove concertos marcados na América do Norte e dois no Reino Unido.
Não seria fácil de imaginar que 50 anos depois de tudo ter começado, os Stones ainda por cá andassem. Talvez por isso a digressão que agora anunciaram tenha como mote 50 and Counting, dando continuidade aos quatro espectáculos do ano passado.
O primeiro concerto, ainda sem data marcada, vai acontecer em Los Angeles, seguindo-se depois Oakland (5 de Maio), San Jose (8 de Maio), Las Vegas (11 de Maio), Anaheim (15 de Maio), Chicago (28 de Maio), Boston (12 de Junho) e Filadélfia (18 de Junho). Pelo meio os Stones vão ao Canadá: Toronto, 25 de Maio. O anúncio foi feito, à semelhança do que já tinha acontecido em Novembro com o álbum Grrr! – o primeiro do grupo em sete anos –, no site da banda.
“50 and Counting tem sido incrível até agora”, diz Mick Jagger no vídeo onde anuncia o regresso, lembrando os concertos de Londres e Newark no final do ano passado e que esgotaram em poucas horas. “Passámos um tempo tão bom que pensámos... vamos fazer mais alguns”, continua o vocalista da banda, levantando o véu sobre o que aí vem.
Jagger conta que o palco terá a forma de lábios, o símbolo da banda, e que a língua sairá para o público, permitindo que o grupo consiga andar pelo meio da multidão. “É muito divertido poder chegar perto do público.”
Apesar de serem apenas nove concertos, é a maior digressão dos Stones em seis anos. E os concertos marcados para o Reino Unido têm um sabor especial: afinal é esta a sua casa. A confirmação há cerca de duas semanas, e depois de rumores, de que vão ser cabeças de cartaz do gigante Glastonbury, que acontece em Mayfair entre 26 e 30 de Junho, já tinha causado alvoroço. Mas nada que se compare ao agora anunciado regresso ao Hyde Park, em Londres. Foi aqui que há 44 anos os Stones deram um concerto gratuito de tributo ao guitarrista Brian Jones, que morrera na piscina da sua casa em Julho de 1969. O concerto aconteceu apenas dois dias depois da morte do guitarrista e agora volta a acontecer praticamente na mesma data: em 1969 o concerto aconteceu a 5 de Julho, este ano está marcado para o dia 6.
“O Hyde Park traz-nos imensas lembranças e por isso não poderíamos imaginar um lugar melhor para tocar para os nossos fãs britânicos”, sublinha Mick Jagger. Para o guitarrista Keith Richards o concerto de 1969 “parece que foi ontem”. “Foi um concerto estranho. Foi a primeira vez que Mick Taylor [substituto de Jones] actuou com a banda e tínhamos acabado de perder o Brian”, lembrou à BBC, não duvidando que “vai ver um grande Verão”. “Todos os espectáculos que não fizemos ou que queríamos voltar a fazer vão acontecer agora.”
No entanto, ao contrário do que aconteceu em 1969, este ano o concerto não será gratuito. Os preços ainda não foram anunciados mas a avaliar pelo que aconteceu com os quatro concertos do final do ano passado não serão muito baratos. Esse regresso aos palcos irritou milhares de fãs quando estes se aperceberam do preço dos bilhetes, que variava entre os 107 euros e os 1200 euros para pacotes VIP. Segundo a Billboard, os Stones facturaram aí 28,9 milhões de euros.
A banda de Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts e Ronnie Wood tem estado no foco de todas as atenções desde Julho passado, quando comemorou o 50ª aniversário: os quatro reuniram-se em Londres na altura para a inauguração de uma exposição sobre o percurso da banda e desde então não pararam de pensar e planear este regresso.
À semelhança do que já tinham feito quando celebraram os 40 anos como banda, lançaram novo trabalho, um CD triplo com 50 temas, que percorre uma carreira, destacando-se dois inéditos, Gloom And Doom e One Last Shot, gravadas em Agosto nuns estúdios de Paris.
Para Portugal não há concerto agendado mas a edição deste ano do IndieLisboa, que arranca a 18 de Abril, não quis deixar passar a data ao lado e vai exibir o documentário The Rolling Stones - Charlie Is My Darling, de Peter Whitehead e Mick Gochanour, sobre os primeiros tempos dos Rolling Stones.