O prémio Hans Christian Andersen, de carácter bienal e que adopta o nome do escritor dinamarquês, é considerado o Nobel da literatura infantil e juvenil e foi atribuído pela primeira vez em 1956.
Os vencedores, um na ilustração e outro na escrita, foram anunciados na Feira Internacional do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha, que começou esta segunda-feira em Itália.
Roger Mello, que já tinha estado entre os finalistas em 2010, tem 49 anos e 25 anos de carreira na literatura, tendo ilustrado cerca de uma centena de obras para os mais novos.
A ilustração de Roger Mello, inédita em Portugal, explora a história e a cultura do Brasil, demonstra a admiração pelos costumes, é inovadora e inclusiva e dá às crianças a oportunidade de entrar nas histórias pela sua própria imaginação, sustentou o júri do prémio.
A escritora japonesa Nahoko Uehashi, de 52 anos, cuja obra também é inédita em Portugal, é conhecida pela colecção juvenil Moribito Series.
Os universos ficcionais criados por Nahoko Uehashi inspiram-se na cultura japonesa e as histórias falam de honra, destino e sacrifício, combinando uma dimensão moral e espiritual, afirmou o júri.
Os premiados receberão a distinção em Setembro, no congresso internacional do IBBY, no México.
Para a edição de 2014 no prémio Hans Christian Andersen, foram seleccionados o escritor António Torrado e a ilustradora Teresa Lima, mas não chegaram à lista de finalistas.
Considerado um prémio de carreira para autores e ilustradores, o Hans Christian Andersen já foi atribuído, por exemplo, a Astrid Lindgren (1958), Gianni Rodari (1970), Maurice Sendak (1970), David Almond (2010), Lisbeth Zwerger (1990), Tommi Ungerer (1998) e Anthony Browne (2000), todos com obra publicada em Portugal.
Em 2012, os vencedores foram a escritora argentina Maria Teresa Andruetto e o ilustrador checo Peter Sís.
Os premiados são seleccionados por um júri internacional, a partir de um conjunto de candidatos nomeados pelas secções nacionais do IBBY de cada país-membro.