Restauros do Liceu Passos Manuel e do chalet da condessa de Edla vencem prémio Europa Nostra

Portugal foi premiado com quatro trabalhos em categorias que vão da conservação à educação.

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O chalet da condessa de Edla reabriu em 2011 depois de quatro anos de trabalhos de restauro Rita Baleia
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No interior restaurado do chalet Rita Baleia
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Depois do incêndio Miguel Silva
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Durante os trabalhos de restauro Enric Vives-Rubio
O Liceu Passos Manuel é o mais antigo edifício de uma escola secundária em Portugal
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O Liceu Passos Manuel é o mais antigo edifício de uma escola secundária em Portugal Carlos Manuel Martins
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Durante os trabalhos de restauro no Liceu Passos Manuel Carlos Manuel Martins
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O interior restaurado do liceu Enric Vives-Rubio
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Depois do restauro Enric Vives-Rubio
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Depois do restauro Enric Vives-Rubio
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Depois do restauro Enric Vives-Rubio

No total são 30 os premiados, seleccionados de entre quase 200 projectos nomeados, distinguidos em quatro áreas diferentes: Preservação, Investigação, Contribuições exemplares e Educação, formação e sensibilização. Os vencedores foram anunciados esta terça-feira em Bruxelas.

Sobre o Liceu Passos Manuel, a escola secundária mais antiga de Portugal, o júri justificou a escolha destacando que “o desenvolvimento social e cultural dos futuros cidadãos pode ser melhorado através da aprendizagem num ambiente histórico”. Inaugurado em 1911, o Liceu Passos Manuel foi alvo de uma grande intervenção, da responsabilidade da dupla de aquitectos Victor Mestre e Sofia Aleixo, como parte do programa de modernização das escolas, entre 2008 e 2010. Para o júri, “o trabalho realizado nesta escola mostra que a introdução de infra-estruturas modernas e dos meios necessários para implementar uma aprendizagem contemporânea pode ser perfeitamente compatível com a construção histórica”. Este foi um prokecto gerido pela empresa pública Parque Escolar.

Na categoria de Conservação, também se destacou o chalet da condessa de Edla, que reabriu ao público em 2011, depois de quatro anos de obras de recuperação. O edifício do séc. XIX, mandado construir pelo rei D. Fernando II (que também ordenou a edificação do Palácio da Pena), para Elise Hensler, condessa e cantora suíço-alemã que foi a segunda mulher do monarca, integra agora o programa de visitas do Parque da Pena. O arquitecto José Maria Carvalho foi o responsável pelos trabalhos de restauro.

O júri reconheceu o “elevado charme e importância deste edifício romântico, e ficou impressionado com o seu meticuloso restauro no seguimento de um incêndio em 1999”. “O cuidado utilizado para pesquisar da forma mais detalhada a originalidade da madeira e dos trabalhos em estuque, e os detalhes do edifício, bem como a simulação de madeira e os detalhes da cortiça, é extraordinário. O potencial educativo do edifício e da sua envolvente foi totalmente desenvolvido para ser utilizado por instituições educativas a todos os níveis”, continuam os responsáveis da Europa Nostra, uma associação pan-europeia de defesa do património.

Numa curta declaração, Guilherme d’Oliveira Martins, o presidente do Centro Nacional de Cultura que representa em Portugal a Europa Nostra, lembrou ao PÚBLICO  que  “a visibilidade positiva da acção portuguesa em prol do património cultural ficou evidente no congresso [anual da Europa Nostra ] realizado, em Lisboa, há um ano, que foi um grande sucesso e que agora dá frutos muito prestigiantes."  "É extraordinário termos tão boas notícias num domínio de tanta exigência e com uma grande concorrência já que são 30 prémios entre 200 projectos apresentados", acrescentou.

 Para António Lamas, presidente do conselho de administração da Parques de Sintra onde fica situado o chalet premiado, “é muito gratificante obter um reconhecimento tão importante”. “Este foi um projecto muito complexo do ponto de vista da sua preparação e implementação, não só pelo facto de se tratar de tão importante património mas também pelas características do edifício e sua envolvente, pelo que toda a equipa se encontra muito satisfeita por receber mais um galardão relativo à qualidade do seu trabalho”, escreve numa nota enviada ao PÚBLICO.

Sobre a Fundação Ricardo Espírito Santo, criada como museu-escola com a finalidade de proteger e divulgar as artes decorativas portuguesas e os ofícios com elas relacionadas, o júri considerou louvável o trabalho de não deixar cair esta arte no esquecimento.

Da mesma forma, o Projecto SOS Azulejo, coordenado pelo Museu de Polícia Judiciária, também captou a atenção do júri, “ao tornar mais fácil a identificação e a recuperação de azulejos roubados”. Este Projecto SOS Azulejo foi criado em 2007 com o objectivo de combater a grave delapidação do património azulejar português que registou um maior número de roubos entre 2000 e 2006.

Na categoria de Conservação foram distinguidos 15 trabalhos de vários de países, entre os quais se destaca a Espanha com quatro prémios. Na categoria de Investigação houve três prémios para a Bélgica, a Polónia e a Espanha. Na área da Contribuição exemplar foram quatros os países contemplados (França, Alemanha, Grécia e Reino Unido), além de Portugal. E por fim, na categoria de Educação, houve seis distinções (Portugal, Irlanda, Itália, Letónia, Espanha e Reino Unido).

Destes projectos, serão ainda escolhidos seis para o Grande Prémio, no valor de dez mil euros. Os vencedores serão anunciados numa cerimónia em Atenas a 16 de Junho e que contará com a presença de Karolos Papoulias, presidente da Grécia, Androulla Vassiliou, comissária para a Educação, a Cultura, o Multilinguismo e a Juventude, e Plácido Domingo, presidente da Europa Nostra.

Em comunicado, Plácido Domingo escreveu que os projectos premiados “demonstram o forte empenhamento dos cidadãos da Europa e das comunidades”.” Congratulo-me com o facto de o cinquentenário da Fundação Europa Nostra coincidir com o Ano Europeu dos Cidadãos. Este é o momento ideal para sublinhar o potencial único do património cultural, para reforçar a responsabilidade cívica e instilar um sentimento de pertença a uma vasta família europeia.”

A lista completa dos vencedores pode ser consultada aqui.
 

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