Responsável pelo Liceo de Barcelona vai dirigir o Teatro Real de Madrid

Dramaturgo e programador espanhol Joan Matabosch vai substituir o belga Gerard Mortier

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Joan Matabosch dirige o Liceo de Barcelona desde 1996 DR

A escolha de Joan Matabosch, avançada esta segunda-feira pela imprensa espanhola, deveria ser oficializada neste mesmo dia, mas, por razões de agenda, a comissão executiva que gere o Teatro Real adiou a reunião decisiva para quarta-feira, 11 de Setembro. Nessa altura, tudo leva a crer que seja confirmado o nome de Matabosch para dirigir o Teatro Real de Madrid.

O processo de substituição de Gerard Mortier, cujo contrato termina em 2016, foi iniciado na Primavera, mas foi apressado nos últimos dias: primeiro, na sequência da notícia de que o director artístico belga padece de cancro, encontrando-se actualmente em tratamento num hospital alemão; mas também por causa das suas declarações numa entrevista ao jornal El País, em que criticou abertamente a decisão do Ministério da Cultura de Espanha de pretender escolher para o lugar um espanhol.

“Não vejo problema nenhum em que seja um espanhol, desde que seja um bom candidato”, disse Gerard Mortier, que acrescentou: “O critério não pode ser o da nacionalidade, mas sim o da qualidade”. E classificou mesmo como “ridícula” a imposição da nacionalidade. “É uma maneira de pensar que já não existe na Europa”, disse.

Estas afirmações, nota a imprensa espanhola, causaram incómodo no Ministério da Cultura, que decidiu fazer apressar a substituição de Mortier, e avançou efectivamente com a escolha de um director artístico espanhol.

Sobre a eventual indigitação de Joan Matabosch, Mortier tinha dito, na citada entrevista, que gostava muito dele, mas que o trabalho que estava a desenvolver no Liceo de Barcelona “não tem nada a ver com o actual projecto do Teatro Real”.

A escolha do director artístico espanhol, que está à frente do Liceo de Barcelona desde 1996, põe definitivamente de parte a possibilidade de o Teatro Real vir a ser dirigido por qualquer dos nomes que Mortier tinha já sugerido e mesmo contactado, entre os quais estavam Viktor Schoner, actual director da Ópera de Toronto, e Alexander Neef, da Ópera de Munique.

Resta agora saber se, perante esta posição de força das autoridades madrilenas - e também a sua saúde -, Gerard Mortier vai mesmo cumprir o seu mandato até ao fim.
 
 

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