Por um grande actor

Shia LaBeouf está sempre metido em apuros. Jim Carrey meteu-se com ele nos Globos de Ouro e Shia respondeu torto e depois pediu desculpa. Vai-se ao Wikipédia e vê-se que é uma pessoa cheia de problemas que causa problemas tanto a ele próprio como àqueles que o rodeiam.

No mesmo dia vi-o no filme Charlie Countryman. É mais uma interpretação magnífica. Os mais recentes filmes em que entrou têm sido fracos – The Company You Keep, Lawless, Wall Street/Money Never Sleeps –, mas ele é sempre um actor perfeito, pelo menos desde 2007, no filme Disturbia.

Tem 27 anos e é, de longe, o melhor actor americano com menos de 30 anos. Tem uma intensidade lírica e dramática que fazem lembrar Montgomery Clift. É dos poucos actores que não precisam de ser dirigidos, sobrevivendo bem a realizadores medíocres, melhorando pouco com realizadores bons.

A vida dele é que parece um mau filme, cheio de lugares-comuns de autodestruição e de comportamentos embriagados e agressivos. É aí que ele precisa de um realizador. Os actores de hoje em dia que são sinceros e que não se entregam a gestores de imagem são os mais vulneráveis à mediatização imediata das asneiras.

Shia LaBoeouf é um grande actor. Isso já é muito, muito bom. Se morresse amanhã, já teria enaltecido o Cinema com cê grande. Só é pena ele não saber isso. Ou pensar que não chega. Ou arriscar-se a morrer fisicamente (e tragicamente para ele e para o Cinema dos próximos 50 ou 60 anos) por causa disso.

 

 

 
 
 

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