O regresso de Thurston Moore e a estreia dos Endless Boogie na ZDB em Abril

O regresso de Thurston Moore, o rock’n’roll como energia prolongando-se indefinidamente dos veteranos Endless Boogie ou o grito visceral dos jovens Nü Sensae. A programação de Abril da Galeria Zé dos Bois é para acompanhar de perto. Preparemo-nos, portanto, que o momento é sério.

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Thurston Moore, o eterno Sonic Youth Vera Marmelo
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Wolf Eyes DR

Em cartaz encontramos Thurston Moore, o eterno Sonic Youth, que regressa para um concerto com a contrabaixista Margarida Garcia, no momento em que conhecemos o primeiro disco da sua nova banda, os Chelsea Light Moving. Ouviremos ainda o terrorismo sónico, pós-metal, pós-industrial, pós-tudo e muito de agora dos Wolf Eyes. E ainda Tom Carter, metade dos Charalambides, exploradores do drone e da folk psicadélica, o saxofonista Rodrigo Amado em duo com Afonso Simões, dos Gala Drop, e o guitarrista Manuel Mota. Um Caso Muito Sério, portanto.

Arriscamos, porém, que a designação poderia ser prolongada para os dias seguintes. Senão, vejamos. A 27, a ZDB joga em antecipação e estreia o trio canadiano Nü Sensae em Portugal, banda cujo último álbum, Sundowning, gerou burburinho assinalável, e que tem a liderá-la uma mulher que grita com ferocidade riot grrrl sobre riffs capazes de despertar o espírito mosh no rocker mais circunspecto. No primeiro dia de Maio, a coisa torna-se ainda mais séria, passe a redundância. Endless Boogie, a banda de veteranos que um dia um entusiasmado Stepehn Malkmus tirou da garagem, terá igualmente a sua estreia em Portugal (também no Porto, no Plano B, dia 2 de Abril). No mundo dos Endless Boogie, nada mais existe que um paraíso eléctrico incessante, com o blues, os Stooges e os Canned Heat amalgamados com amor e o ruído das guitarras utilizado como arma onírica. São um segredo cada vez mais mal guardado e, em Lisboa, terão a apropriada companhia dos portugueses Asimov, duo que só sabe fazer bem ao legado do space-rock.

Antes de tudo isto, a ZDB recebe a 12 de Abril uma noite com proposta tripla, fortemente onírica: o lo-fi entre kraut-rock e dub de Sun Araw, as produções de Matthewdavid, familiar em tempo e estética de Flying Lotus, e o psicadelismo encantatório de Diva, ex-Pocahaunted. No dia seguinte, a galeria recebe o desconstrutivismo rock dos Sitghtings. 

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