“O Grito” foi comprado por um milionário nova-iorquino

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"O Grito" foi leiloado em 12 minutos AFP

O nome foi avançado pelo Wall Street Journal, que falou com várias pessoas próximas de Leon Black e que garantiram que o homem de negócios tem “O Grito” em sua casa.

Mas como se não bastasse e depois das esperanças de muitos que ambicionavam que a obra-prima de Munch fosse comprada por um museu, para que pudesse ser partilhada por todos, Leon Black integra a direcção de dois dos principais museus de arte moderna e contemporânea, nomeadamente o Metropolitan Museum of Art de Nova Iorque (Met) e o MoMA. Será que alguma das instituições vai receber a obra? Foi a pergunta que o Wall Street Journal fez ao porta-voz de Leon Black, que se negou a fazer quaisquer comentários.

A obra de Munch, que é uma das mais importantes obras da modernidade e se tornou num dos ícones do expressionismo – tendo sido amplamente reproduzida em posters, t-shirts, referências em filmes e séries de animação –, foi à praça no início de Maio por 40 milhões de dólares (30,2 milhões de euros) e em apenas 12 minutos foi arrematada por um comprador ao telefone que elevou a compra aos 119,9 milhões de dólares (91 milhões de euros), um recorde absoluto de venda de uma obra de arte em leilão.

Sobre o licitador nada se sabia, tendo surgido até rumores de que o quadro poderia ter sido adquirido pela família real do Qatar que, no final do ano passado, comprou “Os jogadores de cartas” de Paul Cézanne por 190 milhões de euros, numa compra privada.

Agora sabe-se que quem estava do outro lado do telefone era Leon Black, cuja fortuna está avaliada em 3400 milhões de dólares (3090 milhões de euros) e que há muito que é também conhecido como um grande coleccionador de arte. Segundo as fontes próximas do nova-iorquino, a sua predilecção são mesmo as obras dos grandes mestres.

O Wall Street Journal escreve que a colecção do homem de negócios está já avaliada em 750 milhões de dólares (cerca de 609 milhões de euros) e inclui trabalhos de Vincent van Gogh, Rafael, J.M.W. Turner e Pablo Picasso.

Munch, que nasceu em 1863 na Noruega, pintou quatro versões de “O Grito”. Três delas estão em museus na Noruega, enquanto a quarta, a única em mãos privadas, pertencia a Petter Olsen, um empresário norueguês cujo pai foi amigo e patrono de Munch, tendo adquirido inúmeros quadros ao artista.

Nesta versão que foi à venda, as cores são mais fortes do que nas outras três e é a única em que a moldura foi pintada pelo artista com o poema que descreve uma caminhada ao pôr-do-sol e que inspirou a pintura. Outra particularidade desta versão é que uma das figuras que está em segundo plano está a olhar para baixo, para a cidade.

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