Artur Ramos nasceu em Lisboa, no dia 20 de Novembro de 1926. Licenciou-se em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras de Lisboa e, em Paris, onde viveu durante cinco anos, obteve uma bolsa do Governo francês para o Instituto de Altos Estudos Cinematográficos.
Foi o primeiro realizador efectivo da RTP, depois de ter sido responsável pelas emissões experimentais da estação, na Feira de Palhavã. Na estação de televisão pública dirigiu várias peças de autores, como Tchekov, Carlos Selvagem, John Milligton Synge, Marivaux, Gervásio Lobato, Molière, Almeida Garrett ou Gil Vicente.
Como realizador assinou os filmes "Pássaros de Asas Cortadas", a partir de uma obra de Luiz Francisco Rebello, e "A Noite e a Madrugada", a partir de um original de Fernando Namora, de quem adaptou para RTP "Retalhos da Vida de um Médico". Enquanto encenador, estreou em Portugal "Os dias felizes", de Samuel Beckett, com Glicínia Quartin.
Artur Ramos fundou em Portugal as companhias do Grupo de Acção Teatral e a do Teatro Maria Matos, tendo ainda sido crítico de teatro na "Seara Nova" e professor das escolas de teatro e cinema do Conservatório Nacional.
No ano passado foi homenageado pelo Festival de Teatro de Almada como "um homem de cultura, e uma personalidade humanista e tolerante, a quem devemos, todos os que trabalhamos no teatro, um exemplo de qualidade artística, de escrupulosa seriedade e de permanente energia".
O funeral de Artur Ramos realiza-se depois de amanhã para o Cemitério do Alto São João, em Lisboa. O funeral sairá às 11h00 do centro funerário de São Pedro de Alcântara, em Lisboa, onde o corpo do actor estará em câmara ardente a partir das 14h00 de amanhã.