Tanto a APEL como a Câmara do Porto têm-se portado bem. A APEL não tem dinheiro e a câmara tem pago 75 mil euros por ano para que a feira se realizasse. O excelente Rui Rio, durante onze dos doze anos do mandato dele, pagou sempre a feira. Rui Moreira, o actual presidente, não tem sido menos excelente.
Note-se, desde já, que, como escritor interessado, estou a distribuir o adjectivo "excelente" pelo preço que me custa, comparado com a vantagem que me traz, que resulta a zero por mil.
75 mil euros é muito dinheiro. O pior é que é preciso mais. Não deve ser a Câmara do Porto, sozinha, a pagar a feira. Se pagar 75 mil, já é muito bom. Mas são necessários, pelo menos, mais 225 mil euros para fazer com que a Feira do Livro do Porto seja tão pequena mas jeitosa como é a de Lisboa. Para que as editoras que não são do Porto também possam lá ir sem grande prejuízo.
Jorge Barreto Xavier tem sido um sisudo e bem-intencionado secretário de Estado da Cultura. Pode ser que ele tenha a coragem e o bom senso de restaurar a nacionalidade literária, de leitores e autores, do nosso país.
Os livros, as editoras, os escritores e os leitores de Portugal merecem mais do que custa um único filme. Desculpem lá, mas sempre foi assim.