Fotografia de Jorge Molder é primeira obra de arte portuguesa a entrar na colecção da UNESCO

A proposta foi feita por Manuel Maria Carrilho quando era representante de Portugal na UNESCO. O comité de avaliação tinha-se mostrado aberto a receber uma obra portuguesa, de preferência fotográfica

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Em Novembro deste ano, o Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, em Lisboa, vai apresentar uma exposição antológica da obra de Molder Nuno Ferreira Santos

Manuel Maria Carrilho, o autor da proposta - entre 2009 e 2010 representante permanente de Portugal na UNESCO, em Paris - revelou que a imagem foi entregue na quarta-feira à directora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, Irina Bokova.

“É a primeira obra de arte portuguesa a entrar nesta colecção, onde se encontram grandes nomes da História da Arte mundial, e, além disso, é a primeira fotografia em suporte digital”, salientou.

A imagem faz parte da série Registos Provisórios (2003), que Molder ofereceu ao Estado português e, por seu turno, Manuel Maria Carrilho propôs à UNESCO que fosse incluída na colecção, onde estão obras de artistas como Giacometti, Le Corbusier e Tàpies.
 
“O comité que avalia as propostas mostrou-se aberto a receber uma obra de arte de Portugal para incluir na coleção e sugeriu que fosse fotografia. Na altura, pensei em Jorge Molder, porque é um artista já com grande reconhecimento a nível internacional”, recordou. Referiu que o processo é habitualmente muito demorado e o comité de selecção da UNESCO é bastante selectivo, mas a fotografia de Jorge Molder, 65 anos, foi aceite e “muito elogiada”. Para Manuel Maria Carrilho, esta inclusão de uma obra de arte portuguesa na colecção da UNESCO “representa um grande reconhecimento da arte contemporânea portuguesa e também um reconhecimento internacional da área da fotografia”.
 
Nascido em Lisboa, em 1947, Jorge Molder está representado nas mais importantes colecções portuguesas, entre elas a da Caixa Geral de Depósitos, a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento e o Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão da Fundação Calouste Gulbenkian, todas elas em Lisboa. Também está representado no estrangeiro, em colecções como a do Everson Museum of Art (Nova Iorque), Maison Européenne de la Photographie (Paris), Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia (Madrid) e Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (Brasil).
 
Licenciado em Filosofia pela Universidade Clássica de Lisboa, o artista foi até 2008 director do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian. Foi também, em 1994, artista convidado da 22.ª Bienal de Arte de São Paulo e, em 1999, representou Portugal na 48.ª Bienal de Veneza. Em Novembro deste ano, o Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, em Lisboa, vai apresentar uma exposição antológica da obra de Jorge Molder.