Conto inédito de um Stieg Larsson adolescente publicado em inglês em 2014

Edição póstuma de Brain Power acontece em Fevereiro pela editora norte-americana Mysterious Press.

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O escritor morreu em 2004, aos 50 anos, e as obras que o tornaram conhecido só foram publicadas postumamente DR

Fevereiro de 2014 verá então chegar ao mercado Brain Power, cujos direitos foram adquiridos pela Mysterious Press, traduzido por John-Henri Holmberg, amigo próximo de Larsson, também escritor e editor da colectânea de contos. Brain Power é, segundo o editor literário Otto Penzler disse ao Guardian, “uma história de suspense passada no futuro”.  Holmberg é também autor de Os Segredos da Rapariga Tatuada (ed. Asa), onde explica que o autor sueco tinha como “primeiro amor literário” o autor de ficção científica Robert A. Heinlein, responsável pela introdução de “maior realismo técnico e social na ficção científica” e uma das grandes influências, desde a adolescência, da escrita de Larsson.

Já em Junho de 2010 a Biblioteca Nacional Sueca (Kungliga biblioteket), em Estocolmo, tinha anunciado ter na sua posse manuscritos com textos inéditos de Stieg Larsson que datariam de 1970, quando o autor tinha 17 anos. Esses manuscritos faziam parte do arquivo da revista Jules Verne Magazine. Esses inéditos eram textos de ficção científica que Larsson tinha enviado à revista na esperança de serem publicados.

O anúncio foi feito terça-feira pela editora norte-americana Mysterious Press, uma chancela da Grove Atlantic, que considera ter reunido uma colecção dos “mais distintos e amados escritores de policiais” que mostrará “o lado negro da Suécia”. Além de Larsson, que pelos seus números de vendas e sucesso internacional desde a publicação póstuma de Os Homens que Odeiam as Mulheres, A Rapariga que Sonhava com uma Lata de Gasolina e um Fósforo e A Rainha no Palácio das Correntes de Ar (editados em Portugal pela Oceanos) é o mais destacado pela imprensa, a antologia conta com obras inéditas de Henning Mankell, Asa Larsson, Maj Sjowall, Per Wahloo e Sara Stridsberg. O texto de Gabrielsson para A Darker Shade of Sweden será também traduzido pela primeira vez para inglês.

“Desde que Larsson iluminou a escrita sueca de crime” com Millenium, “os leitores em todo o mundo têm querido mais dele e dos seus colegas suecos”, escreve em comunicado a Mysterious Press. O efeito que a sua trilogia publicada após a sua morte em 2004, de ataque cardíaco aos 50 anos em Estocolmo, ultrapassou muito o de fenómeno literário. O interesse que estes best-sellers criaram fez com que os seus três livros fossem adaptados para o cinema, primeiro na Suécia, depois nos EUA – onde chegou às salas em 2011 pela mão de David Fincher.

Mas lançou também um novo olhar sobre a profícua produção literária policial sueca, possibilitando aquela que é hoje uma vaga de produtos originais ou em versão em língua inglesa que versam sobre o crime na Escandinávia. Desde a mais recente The Bridge, série americana com Diane Kruger exibida em Portugal no canal Fox e que adapta um original dinamarquês, até Wallander ou The Killing, passando pela divulgação e sucesso de autores como Camilla Läckberg (editada em Portugal pela Dom Quixote) ou à descoberta por novos leitores de nomes já conceituados como o de Henning Mankell (editado em Portugal pela Presença), o criador de Wallander e director do Teatro Avenida em Maputo, Moçambique.

Notícia actualizada às 16h42
 
 
 
 
 

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