Na Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura, Jorge Barreto Xavier afirmou que está garantido o financiamento para realizar, no Verão, as obras de reabilitação no edifício e reabrir no Outono.

A Casa das Artes, que está encerrada há sete anos, reúne um palacete, um jardim e um edifício desenhado pelo arquitecto Eduardo Souto de Moura e, de acordo com o antecessor de Barreto Xavier, vai acolher uma biblioteca de artes e um dos auditórios será cedido ao Cineclube do Porto para exibição de filmes. O novo pólo de actividades culturais vai ser gerido pela Direcção Regional de Cultura do Norte, em conjunto com a Direcção-Geral das Artes.

Na comissão parlamentar, marcada por uma dura troca de palavras entre a deputada Gabriela Canavilhas (PS) e Jorge Barreto Xavier, o secretário de Estado da Cultura foi ainda questionado pelos deputados sobre o estatuto dos bailarinos, sobre a actual situação do Teatro Nacional de São Carlos, sobre a regulamentação da lei do cinema, entre outros assuntos.

Sobre a regulamentação que falta ainda aprovar da nova lei do cinema, o responsável disse que o documento está pronto e aguarda o restante processo legislativo. Ainda na área do cinema, fez um balanço positivo do programa Cinema Português em Movimento, que leva filmes portugueses a localidades fora dos centros urbanos, e revelou que pretende criar uma iniciativa semelhante nos bairros sociais de Lisboa.

Barreto Xavier afirmou também que conta apresentar em Setembro uma proposta legislativa sobre a carreira profissional dos bailarinos, considerada de desgaste rápido, e referiu que a ideia de criação de uma escola de dança, com profissionais em final de carreira, não foi abandonada. Sobre o Teatro Nacional de São Carlos, afirmou que a nomeação do novo director artístico será resolvida "em breve", muito provavelmente até ao final de Julho, uma vez que Martin André termina o mandato este mês.

Foi a socialista Gabriela Canavilhas quem interpelou Barreto Xavier sobre o teatro de ópera, dizendo que a instituição "está há um ano sem administração", numa "situação grave" e de "completa negligência por parte do Estado". Garantindo que o São Carlos programa hoje com 25% da verba de que dispunha, a deputada chegou mesmo a perguntar ao secretário de Estado se não seria melhor dar ao teatro "a dignidade de passar por este período de portas fechadas". Em resposta, o titular da Cultura reconheceu as dificuldades e foi peremptório: "Não, não é melhor fechar o Teatro de São Carlos."