Um festival de rua? Uma acção promocional? Não, um protesto dos trabalhadores da Casa da Música

Músicos espalharam arte pelo Porto contra cortes. Paulo Rangel e Rui Moreira foram das figuras mais notadas na concentração junto à Casa da Música.

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Casa da Música Adriano Miranda
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Estação de metro da Trindade Adriano Miranda
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Café Guarany, na Avenida dos Aliados Adriano Miranda
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Café Guarany, na Avenida dos Aliados Adriano Miranda
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Casa da Música Adriano Miranda
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Para além das vozes do Coro Casa da Música na estação da Trindade, o protesto teve música antiga no Café Guarany e contemporânea (de músicos do Remix Ensemble) junto ao Hard Club – a Orquestra de Jazz de Matosinhos acabou por não actuar junto à praia Internacional devido ao vento forte que se fazia sentir.

A luta subiu de volume no exterior da Casa da Música, para onde os músicos convergiram e onde actuaram também outros projectos lançados pela instituição, como o Sons de Rua, que envolve pessoas sem-abrigo, e o Digitópia, que explora os cruzamentos entre música e tecnologias digitais.

O eurodeputado do PSD Paulo Rangel e o presidente da Associação Comercial do Porto e possível candidato à Câmara do Porto Rui Moreira foram duas das figuras mais notadas na concentração na Casa da Música, onde estiveram também Manuel Pizarro (PS), Pedro Carvalho (CDU) e José Soeiro (Bloco de Esquerda).

A acção de luta deste domingo é a última antes da reunião do Conselho de Fundadores marcada para a próxima sexta-feira, na qual se espera que privados e Estados definam a estratégia para a instituição, nomeadamente a dimensão dos cortes a aplicar no futuro.

“A Casa da Música está na hora H, por isso é que estou aqui”, afirmou Paulo Rangel ao PÚBLICO. “[Na reunião de sexta-feira] Vai haver decisões muito importantes. É fundamental que as pessoas ligadas à região e à cidade possam dar o seu contributo cívico – e é por isso que estou aqui.”

À espera da reunião dos fundadores
A acção, baptizada É Uma Casa Portuguesa, Com Certeza!, teve como objectivo contestar a decisão do Governo de aplicar um corte de 30% ao orçamento da CM (como às outras fundações, com excepções como  o CCB), confirmada em Outubro passado pelo secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier – em vez dos 20% acertados em Abril de 2012 entre o anterior secretário de Estado, Francisco José Viegas, e a fundação.

O protesto artístico foi convocado pela comissão de trabalhadores para “divulgar e defender a missão da Fundação Casa da Música através de um conjunto de eventos de natureza artística, com acesso público e gratuito”.

Nuno Azevedo, administrador demissionário da Casa da Música (o Conselho de Administração demitiu-se em bloco depois do anúncio do corte de 30%), declarou este sábado ao Expresso que a Casa da Música caminha para um “abismo do qual será depois muito difícil sair”. “Tal como a conhecemos, a Casa da Música terá muitíssimas dificuldades em manter-se, caso o Estado não altere a sua posição”, afirmou, em declarações ao semanário . “Se quisermos continuar com este projecto precisamos de dez milhões”, disse Azevedo. A actual participação do Estado é de sete milhões (menos de metade do que era em 2006, 15 milhões). Na reunião de sexta-feira, também poderá ser nomeado um novo conselho de administração.
 
 
 

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