Sepultura de uma dama do século XVII descoberta em França
Após ter ficado viúva, a nobre dama fechou-se num convento, onde morreu há 359 anos.
O corpo fechado no sarcófago, com um tamanho de 1,45 metros, foi descoberto em Março de 2014 na capela de São José daquele convento. Trata-se provavelmente dos restos mortais de Louise de Quengo, uma viúva da alta nobreza bretã, que morreu em 1656 com mais de 60 anos de idade.
O coração do seu marido, Toussaint de Perrien, foi efectivamente encontrado nas proximidades, explicaram na terça-feira os arqueólogos. O túmulo foi encontrado no local onde vai ser construído o futuro centro de congressos da cidade de Rennes.
Mais quatro caixões de chumbo do século XVII já tinham igualmente sido descobertos no mesmo convento, bem com 800 outras sepulturas. Mas todas elas apenas continham esqueletos. Pelo contrário, no sarcófago de Louise de Quengo “vimos logo que o conteúdo era volumoso, que havia tecidos e calçado”, conta Rozenn Colleter, arqueóloga do Instituto Nacional de Investigação Arqueológica Preventiva (Inrap) francês. Debaixo da capa, salienta, “conseguimos vislumbrar as mãos a segurar num crucifixo”.
O corpo foi submetido a duas análises por tomografia de raios X e autopsiado. “Com Louise, foram surpresas atrás de surpresas”, explicou Fabrice Dedouit, radiologista e médico forense de Toulouse (Sudoeste de França). O exames revelam “grandes cálculos renais” e “aderências pulmonares” – e que o coração foi removido “com uma real mestria da prática cirúrgica”. Quanto às vestes, degradadas pelos sucos de putrefacção, foram restauradas e deverão ser exibidas.
A viúva, que tinha provavelmente escolhido residir no convento até ao fim da vida, conforme o costume da época, estava vestida de forma muito austera: uma capa, um vestido de lã tosca, uma camisa de pano. Nos pés, tinha meias de lã e pantufas com sola de cortiça. Um pano tapava-lhe o rosto, duas tocas e uma coifa de freira cobriam-lhe a cabeça.
Dentro de uns meses, o seu corpo será novamente inumado em Rennes.