Primeiro voo do sucessor do vaivém dará umas voltas à Lua em 2014

Com o fim dos vaivéns, os Estados Unidos vão pôr astronautas no espaço com uma cápsula, montada num foguetão.

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Crianças junto de um modelo da cápsula Orion, que levará os astronautas da NASA para o espaço WIN MCNAMEE/AFP

“Atingiram-se grandes progressos no programa Orion, o que permite fazer um voo de ensaio da cápsula em Setembro de 2014”, tal como já estava previsto, informou durante uma mesa-redonda William Gerstenmaier, administrador adjunto da NASA encarregue da exploração espacial tripulada.

Lançada da base aérea de Cabo Canaveral, na Florida, a Orion, que não transportará nenhum astronauta antes de 2021, efectuará duas voltas à Terra antes de amortecer um regresso em grande velocidade na atmosfera terrestre.

Este voo visa sobretudo testar o escudo térmico da nave, com quase nove toneladas, e o sistema de pára-quedas para a sua amaragem prevista no oceano Pacífico, ao largo da Califórnia, acrescentou o administrador adjunto da agência espacial norte-americana.

Para este primeiro voo, a Orion será lançada por um foguetão Delta IV, uma vez que o seu veículo de lançamento – o Space Launch System, ou SLS – ainda não estará pronto nessa altura. Ainda assim, William Gerstenmaier refere que “grandes progressos foram feitos em pouco tempo” no SLS, “que está pronto em 70%”.

Ensaios à volta da Lua
Em Julho de 2011, o emblemático programa dos vaivéns, que teve o voo inaugural em 1981, chegava ao fim, com o último voo de um destes veículos. A frota de vaivéns norte-americana reformava-se, uma decisão justificada pelos custos elevados de operação dos vaivéns e pelas opções estratégias para o espaço dos Estados Unidos. Com os olhos postos na Lua e mais além, a NASA precisava de canalizar verbas para as novas aventuras. Só que a reforma dos vaivéns deixou os Estados Unidos sem meios próprios de pôr astronautas no espaço e dependentes dos veículos da Rússia.

A Orion poderá transportar quatro a seis astronautas. Será lançada no espaço pelo SLS pela primeira vez em 2017, numa missão à volta da Lua: também num voo não tripulado nessa estreia, a cápsula será colocada numa órbita que ficará 75 mil quilómetros acima da superfície lunar, para um voo de 21 dias destinado a testar, em particular, o novo foguetão pesado SLS, de 70 toneladas, com vista a missões tripuladas para lá da órbita da Terra.

Esta órbita tem a particularidade de ser muito estável, uma vez que os objectos podem permanecer aí durante um século sem perderem altitude ou caírem, especificou William Gerstenmaier. “Vamos levar a Orion para esta região à volta da Lua e ver como poderemos utilizar a gravidade da Lua para a colocar nessa órbita e depois tirá-la de lá para a trazer de volta à Terra”, explicou. “Começaremos a funcionar no espaço assim e a utilizar a gravidade da Lua para ir em direcção a diferentes destinos no sistema solar.”

Para esta órbita, a NASA encara a hipótese de capturar e arrastar um asteróide de 500 toneladas, que a agência espacial está a planear ir apanhar longe com uma nave automática na década de 2020. Quando este asteróide tiver chegado à órbita da Lua, disse o administrador adjunto da NASA, astronautas a bordo da Orion poderão ir estudá-lo em missões de 21 dias.
 
 
 
 
 

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