Constituinte do plástico encontrado em lua de Saturno

É a primeira vez que tal detecção é feita fora da Terra.

Foto
Titã observada por telescópios na Terra REUTERS/Antonin Bouchez, Elliot Young and Carrie Anderson

A agência espacial anunciou, na revista Astrophysical Journal Letters, que o espectrómetro de radiação infravermelha a bordo da Cassini, capaz de medir a radiação de calor, tinha detectado uma pequena quantidade de propileno na camada inferior da atmosfera de Titã.

Isolando o mesmo sinal a várias altitudes desta camada da atmosfera, os investigadores identificaram a assinatura térmica deste composto químico gasoso com um elevado nível de confiança, afirmou a NASA.

“Este composto químico está presente na nossa vida quotidiana, formando longas cadeias num plástico a que chamamos polipropileno”, refere Conor Nixon, cientista no Centro de Voos Espaciais Goddard da NASA, em Greenbelt, Maryland (EUA), e primeiro autor do artigo. “Aquelas embalagens de plástico do supermercado com o código de reciclagem 5 têm polipropileno.” O polipropileno também é usado no fabrico de pára-choques e outros bens de consumo.

Esta descoberta poderá ajudar os cientistas a perceberem a “sopa química” que compõe a atmosfera brumosa de Titã, indica Scott Edgington, o responsável científico da Cassini no Laboratório de Propulsão a Jacto da NASA, em Pasadena, Califórnia. Que surpresas ainda nos reservará a Cassini, a orbitar Saturno desde 2004?