A história da fotografia do espaço em exposição na capital austríaca
Inaugura esta quinta-feira em Viena, na Áustria, a exposição "Gravidade Zero", patente até 25 de Maio.
“A fotografia revolucionou a astronomia”, explicou Jay Belloli, comissário da mostra, que reúne cerca de 150 fotografias, realizadas entre 1839 e 2012, na galeria Westlicht da capital austríaca.
Os astrónomos “ganharam tempo ao poderem estudar o que viam”, acrescentou, lembrando que antes disso, não era possível partilhar imagens ou estudar um fenómeno – como por exemplo um cometa fotografado em 1882 na Cidade do Cabo, na África do Sul, cuja imagem faz parte da colecção – para além do período em que era visível no céu.
O que começou por consistir em instantâneos a preto e branco fotografados do solo terrestre desenvolveu-se, ao sabor dos avanços técnicos, dando lugar a fotos tiradas a partir do espaço e a imagens compósitas que combinam por vezes centenas de fotos enviadas para a Terra por naves espaciais. Como, por exemplo, um retrato de Saturno e dos seus anéis, que foi o resultado da junção de mais de 130 imagens registadas em 2006 pela sonda Cassini das agências espaciais norte-americana, europeia e italiana.
“Actualmente, por dia, chegam-nos milhares de imagens vindas de engenhos espaciais”, frisou ainda Belloli, que gostaria de poder actualizar a exposição com imagens posteriores a 2012.
Tal como a história da conquista do espaço, a das fotografias do espaço relata episódios da história da humanidade: um exemplo disso é uma foto trazida de regresso para a Terra pela missão Apollo 17 em 1972, que mostra a Terra toda. Até aí, as fotos tiradas a partir da Lua só permitiam ver parcialmente o nosso planeta azul.
“Até essa foto ser tirada, não fazíamos ideia do aspecto do nosso planeta visto de longe. E aí, pensámos: ‘Oh meu Deus, é simplesmente esse pequeno planeta!’, conta ainda Belloli, que se diz fascinado pelo espaço.
“Tento mostrar fotos importantes do ponto de vista científico, mas também visualmente interessantes – fotos que, em muitos casos, acho que são magníficas”, explicou ainda este norte-americano, que representa a Fundação California/International Arts, responsável pela exposição – intitulada "Gravidade Zero" e que estará patente até 25 de Maio.