Jovens afegãos voltam à escola

Foto
Hamid Karzai: "Hoje temos lágrimas nos olhos, mas são lágrimas de alegria, porque as nossas crianças vão à escola. São lágrimas de orgulho" Suzanne Plunkett/AP

Cerca de três mil escolas abriram hoje no Afeganistão, permitindo aos jovens recomeçar as aulas, depois de cinco anos sem direito ao ensino sob ordens do regime ultrafundamentalista taliban.

Em Cabul, os alunos da escola secundária Amani receberam a visita do chefe do governo interino, Hamid Karzai, que anunciou que o dia 23 de Março será feriado no futuro e considerou esta data como a "mais feliz" depois da instalação do seu governo, a 22 de Dezembro.

"Hoje temos lágrimas nos olhos, mas são lágrimas de alegria, porque as nossas crianças vão à escola. São lágrimas de orgulho", comentou Hamid Karzai.

O chefe do governo afegão deslocou-se à escola secundária Amani acompanhado pelo representante especial das Nações Unidas para o Afeganistão, Lakhdar Brahimi, pela directora executiva da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), Carol Bellamy, e por uma delegação governamental.

A directora da Unicef elogiou o esforço do governo afegão e salientou que o trabalho das autoridades deve ser tomado como exemplo.

Durante as últimas semanas, a Unicef apoiou o governo liderado por Hamid Karzai no esforço de abrir as escolas, entregando 7 000 toneladas de material didáctico.

Espera-se que mais de um milhão de crianças comece as aulas, mas outros 3,5 milhões de crianças em idade escolar não podem fazê-lo porque faltam escolas, muitas delas reduzidas a escombros por causa da guerra.

Mas em Mazar-i-Sharif, a norte do Afeganistão, as salas de aula estão cheias. "Seremos ignorantes se não estudarmos", comenta Waida, uma afegã de 12 anos.

E, no primeiro dia de escola, as crianças pensam já numa futura profissão. "Eu queria ser jornalista ou escritora", confessa Shabnam Zaferi, de 14 anos, que durante os três anos em que foi privada do ensino estudou em casa o Corão e álgebra.

Durante o regime taliban, que governou o Afeganistão durante mais de cinco anos, crianças e jovens foram proibidos de estudar.

Sugerir correcção
Comentar