Ludovina Margarido ainda guarda um daqueles cadernos com receitas escritas à mão e as folhas de papel já gastas pelo tempo. Lá dentro, há uma que lhe merece especial carinho. Tem mais de 120 anos e foi transmitida pela avó, de quem herdou também o nome. “A minha avó Ludovina era padeira e já fazia a bola parda da Guarda para os dias de festa”, recorda, a propósito da origem do saber fazer que passou para as mãos da sua mãe e, depois, para as suas. “Comecei logo de pequena a ajudar a fazer a bola”, conta, recuando aos seus primeiros anos de vida na aldeia de Maçainhas, na Guarda, depois de viver em Angola até aos seis anos. Hoje, não só mantém a tradição de confeccionar este doce tradicional para os dias festivos, como até tem vindo a lutar para que ele seja cada vez mais conhecido. Presença obrigatória nas mesas de Natal daquela região, a bola parda da Guarda é um doce para comer até à última migalha. E não somos só nos que o dizemos.
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