António Pinho Vargas: “Na música, agora interessa-me tudo o que é mais radical”
O lançamento de um novo disco marca o regresso do compositor aos escaparates da música, na primeira gravação após a pandemia e perante um estado do mundo que o autor vê como lamentável, “pavoroso”.
Chama-se Lamentos, e percebe-se que o título do novo disco de António Pinho Vargas (Vila Nova de Gaia, 1951) não sinaliza apenas os lamentos musicais que integram as três peças que o constituem. Há em Concerto para violino (2014-15), Concerto para viola (2016) e Sinfonia (subjectiva) (2019) reflexos de um olhar sobressaltado, às vezes mesmo escuro, sobre a experiência de vida do compositor e pianista e o estado do mundo, que o próprio considera agora “pavoroso”. Nesta conversa no Porto – que quis que acontecesse na Casa da Música –, a pretexto do lançamento, há um mês, na sede da Orquestra Metropolitana de Lisboa, de Lamentos (leia a crítica), Vargas revisita a sua vida e obra, desde os tempos já longínquos de juventude e formação em que vagueou pela pop e se afirmou no jazz, ao mesmo tempo que ouvia (já) Webern e Schönberg e frequentava as aulas de Emmanuel Nunes. Diz-se, agora, em fase de auto-análise, e a entrar no seu “late style”.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.