Morreu a ex-juíza Maryanne Trump Barry, irmã mais velha de Donald Trump
A antiga magistrada, que fez manchetes por ter dito que o irmão era “cruel” e “falso”, tinha 86 anos e morreu em casa, em Manhattan. Foi encontrada na madrugada desta segunda-feira.
Maryanne Trump Barry, irmã mais velha do antigo Presidente Donald Trump e antiga juíza federal, morreu aos 86 anos, informam os meios de comunicação social norte-americanos, nesta segunda-feira.
Trump Barry morreu em sua casa em Manhattan e foi encontrada na madrugada de segunda-feira. Não havia sinais de crime, avançaram as televisões norte-americanas.
O Departamento de Polícia de Nova Iorque informou, numa nota a que a Reuters teve acesso, que uma mulher de 86 anos foi encontrada inconsciente e sem sinais de vida no quarto de um apartamento da Quinta Avenida, tendo sido posteriormente confirmada a sua morte. Nessa altura, a sua identidade não podia ser divulgada, informou o departamento.
Trump Barry foi nomeada em 1983, pelo então presidente Ronald Reagan, para ser juíza no Tribunal Distrital dos EUA de New Jersey e mais tarde tornou-se juíza do tribunal federal de recursos. Afastou-se em 2019, tendo a sua reforma sido apressada por o seu nome ser citado num inquérito, automaticamente encerrado com o seu afastamento, que envolvia o pai e os irmãos em transacções fraudulentas e fuga ao fisco.
De cinco irmãos, restam dois vivos: o antigo Presidente norte-americano, de 77 anos, e Elizabeth Trump Grau, de 81 — além de Maryanne, o clã Trump contava ainda com Robert, que morreu em 2020, aos 71 anos, e Fred Jr., vítima de um ataque cardíaco em 1981, aos 42 anos.
Barry era a mais velha e apoiava as ambições do irmão, ainda que tenham sido as suas críticas à presidência dele que fizeram manchetes. Em 2020, num conjunto de gravações de conversas com uma sobrinha dos dois, Mary Trump (filha de Fred), mantidas entre 2018 e 2019, a antiga magistrada criticava duramente o então ainda Presidente.
As gravações, num total de 15 horas, foram transcritas pelo The Washington Post. Nelas, Barry acusava o irmão de ser “cruel” e “falso”, e criticava a sua política anti-imigração. “É a falsidade de tudo. A falsidade e a crueldade. Donald é cruel”, ouvia-se a juíza a dizer.
A irmã criticou ainda a decisão de separar crianças dos pais e de prender jovens em espaços fechados até à decisão do tribunal, de conceder ou não asilo, o que pode demorar bastante tempo. Maryanne Barry disse à sobrinha que Donald “só quer apelar à sua base” de apoio eleitoral. “E a sua base, meu Deus, se fosses uma pessoa religiosa, quererias ajudar as pessoas. Não fazer isto.”
Noutro ponto, a irmã de Trump declarou: “O seu maldito Twitter e as mentiras, meu Deus”. “Estou a falar muito livremente, mas sabes isso. A mudança de histórias. A falta de preparação. A mentira (…)”, sublinhou Maryanne Barry.
Barry também afirmou nas gravações que o Presidente não fez os exames de admissão à faculdade sozinho — algo que Mary contara no seu livro de memórias, sem revelar inicialmente a fonte dessa alegação. “Ele entrou na Universidade da Pensilvânia porque pediu a alguém que fizesse os exames”, declarou.