Morreu a ex-juíza Maryanne Trump Barry, irmã mais velha de Donald Trump

A antiga magistrada, que fez manchetes por ter dito que o irmão era “cruel” e “falso”, tinha 86 anos e morreu em casa, em Manhattan. Foi encontrada na madrugada desta segunda-feira.

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Donald Trump (esq.) gesticula ao lado da sua irmã Maryanne Trump Barry, durante uma pausa nos procedimentos do inquérito do Conselho de Aberdeenshire sobre os seus planos para um resort de golfe, em Aberdeen, no nordeste da Escócia, a 10 de Junho de 2008 Reuters/David Moir/arquivo
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Maryanne Trump Barry, irmã mais velha do antigo Presidente Donald Trump e antiga juíza federal, morreu aos 86 anos, informam os meios de comunicação social norte-americanos, nesta segunda-feira.

Trump Barry morreu em sua casa em Manhattan e foi encontrada na madrugada de segunda-feira. Não havia sinais de crime, avançaram as televisões norte-americanas.

O Departamento de Polícia de Nova Iorque informou, numa nota a que a Reuters teve acesso, que uma mulher de 86 anos foi encontrada inconsciente e sem sinais de vida no quarto de um apartamento da Quinta Avenida, tendo sido posteriormente confirmada a sua morte. Nessa altura, a sua identidade não podia ser divulgada, informou o departamento.

Trump Barry foi nomeada em 1983, pelo então presidente Ronald Reagan, para ser juíza no Tribunal Distrital dos EUA de New Jersey e mais tarde tornou-se juíza do tribunal federal de recursos. Afastou-se em 2019, tendo a sua reforma sido apressada por o seu nome ser citado num inquérito, automaticamente encerrado com o seu afastamento, que envolvia o pai e os irmãos em transacções fraudulentas e fuga ao fisco.

De cinco irmãos, restam dois vivos: o antigo Presidente norte-americano, de 77 anos, e Elizabeth Trump Grau, de 81 — além de Maryanne, o clã Trump contava ainda com Robert, que morreu em 2020, aos 71 anos, e Fred Jr., vítima de um ataque cardíaco em 1981, aos 42 anos.

Barry era a mais velha e apoiava as ambições do irmão, ainda que tenham sido as suas críticas à presidência dele que fizeram manchetes. Em 2020, num conjunto de gravações de conversas com uma sobrinha dos dois, Mary Trump (filha de Fred), mantidas entre 2018 e 2019, a antiga magistrada criticava duramente o então ainda Presidente.

As gravações, num total de 15 horas, foram transcritas pelo The Washington Post. Nelas, Barry acusava o irmão de ser “cruel” e “falso”, e criticava a sua política anti-imigração. “É a falsidade de tudo. A falsidade e a crueldade. Donald é cruel”, ouvia-se a juíza a dizer.

A irmã criticou ainda a decisão de separar crianças dos pais e de prender jovens em espaços fechados até à decisão do tribunal, de conceder ou não asilo, o que pode demorar bastante tempo. Maryanne Barry disse à sobrinha que Donald “só quer apelar à sua base” de apoio eleitoral. “E a sua base, meu Deus, se fosses uma pessoa religiosa, quererias ajudar as pessoas. Não fazer isto.”

Noutro ponto, a irmã de Trump declarou: “O seu maldito Twitter e as mentiras, meu Deus”. “Estou a falar muito livremente, mas sabes isso. A mudança de histórias. A falta de preparação. A mentira (…)”, sublinhou Maryanne Barry.

Barry também afirmou nas gravações que o Presidente não fez os exames de admissão à faculdade sozinho — algo que Mary contara no seu livro de memórias, sem revelar inicialmente a fonte dessa alegação. “Ele entrou na Universidade da Pensilvânia porque pediu a alguém que fizesse os exames”, declarou.

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