“Ser o centro do mundo tem um valor”. Moedas defende custos da Jornada Mundial da Juventude
Autarca de Lisboa diz desconhecer projecto de palco-altar de três milhões de euros apresentado por Sá Fernandes na televisão
O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, afirmou esta quinta-feira que desconhece o projecto apresentado na véspera por José Sá Fernandes na SICN que mostrava um palco-altar para receber o Papa na Jornada Mundial da Juventude, em Agosto, que seria dois milhões mais barato do que aquele que se quer construir e que ronda os cinco milhões de euros. Sá Fernandes, que já foi vereador em Lisboa, foi nomeado coordenador do Grupo de Projecto de preparação da Jornada Mundial da Juventude.
"Não sei que projecto é esse que Sá Fernandes apresentou na televisão. Não conheço. O que nós fizemos é o que é necessário para receber o Papa em Portugal e queremos muito receber o Papa. (,,,) Consultamos várias empresas. O preço foi reduzido. Essa discussão não tem muito sentido. Queremos ou não como nação receber o Papa? Portugal vai ser nesses dias o centro do mundo e ser o centro do mundo tem um valor", afirmou o autarca esta manhã, no Rossio, à margem da apresentação de uma exposição sobre os 50 anos do Expresso.
Carlos Moedas também declarou esta quinta-feira que assume “com muito gosto” os investimentos do município na Jornada Mundial da Juventude, reiterando o compromisso de “investir até 35 milhões de euros”, com a expectativa de “um retorno enorme”.
“A questão aqui é se nós queremos ou não ser naqueles dias o centro do mundo, como vamos ser, com jovens de todo o mundo que vão estar nesta cidade, e o retorno, acreditem, que vai ser multiplicado, tudo isto que vamos investir, por 10 ou por 20. Eu não tenho dúvida de que vamos ter um retorno enorme”, declarou Carlos Moedas (PSD), falando à margem da assinatura de memorando de entendimento entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Comunidade de Madrid, em resposta a questões dos jornalistas sobre o investimento no palco-altar para a JMJ, obra que “foi adjudicada por 4,24 milhões de euros (mais IVA)", somando-se ainda a esse valor "1,06 milhões de euros para as fundações indirectas da cobertura”, segundo a informação disponibilizada no Portal Base da Contratação Pública.
“O presidente da Câmara de Lisboa teve sempre uma preocupação muito grande com o custo e lembro-me bem quando tive capas de jornais a dizer que o senhor presidente da Câmara de Lisboa estava preocupado com o custo”, indicou Carlos Moedas, explicando que fez “os cálculos no detalhe” sobre quanto poderia investir o município na JMJ, assumindo o compromisso de “investir até 35 milhões de euros”.
“Nós vamos investir e vamos fazê-lo com consciência disso”, reforçou o autarca, realçando o retorno do investimento para cidade, considerando que a JMJ é “uma oportunidade única de pôr Lisboa no mapa, no mundo”.
A Jornada Mundial da Juventude, considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 1 e 6 de Agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.
As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
As jornadas nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.