Ex-ministro João Costa vai liderar agência europeia da Educação inclusiva

Antigo ministro da Educação tomará posse a partir de 1 de Janeiro de 2025.

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João Costa vai liderar agência europeia na área da Educação MANUEL DE ALMEIDA
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O ex-ministro da Educação João Costa vai liderar, a partir de 1 de Janeiro de 2025, a Agência Europeia para o Ensino Especial e Educação Inclusiva. O antigo governante vai ocupar o cargo deixado livre por Cor Meijer, director desta entidade nos últimos 20 anos, que se aposentará a partir do próximo ano.

Na nota informativa publicada no site da agência, pode ler-se que João Costa "trará uma riqueza de conhecimento e experiência nos ramos da educação inclusiva, políticas da edução e liderança". Ministro da Educação entre Março de 2022 e Abril de 2024, o professor catedrático foi ainda secretário de Estado da Educação nos dois primeiros Governos liderados por António Costa.

Contactado pelo PÚBLICO, o ex-ministro mostrou-se feliz com a distinção, reconhecendo que o papel que desempenhou no anterior Governo e a rede de contactos internacionais estabelecida durante a carreira terá tido peso para ser o escolhido entre mais de 30 candidatos para o cargo.

"Percebi na entrevista que valorizavam quer essa experiência [governativa], quer a académica na área da linguística e educação. Foram ainda valorizadas diferentes funções de gestão que fui tendo ao longo da vida, desde a faculdade ao Governo. Mas claramente sim, houve uma experiência acumulada que foi valorizada pelo júri, não tenho dúvidas disso", sintetizou.

O mandato tem só início a partir do próximo ano, mas João Costa já traçou a principal prioridade para a área da educação inclusiva, um desafio que atravessa os vários países da União Europeia – incluindo Portugal.

"O principal desafio no contexto europeu prende-se com as barreiras linguísticas, por via do aumento da imigração e do multiculturalismo. É um dos principais focos do plano de actividades que já está em curso na agência e foquei muita da minha candidatura nestes aspectos relacionados com a imigração e inclusão dos alunos de diferentes origens", reitera.

Esta agência europeia não tem o poder de impor directivas, mas assina manifestações de princípio e recomendações que podem ser aproveitadas pelos poderes políticos europeus para afinarem leis e normas relativas ao ensino inclusivo.

"É uma agência que trabalha sobretudo através da colaboração. Existe um trabalho de acompanhamento, publicação de recursos, manifestações de princípio e orientações, mas nunca com carácter vinculativo. Até porque esta não é uma agência 'oficial' da União Europeia, mas sim uma plataforma dos países que a compõem", finaliza João Costa.

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