O regresso dos fantasmas do défice: aumento da despesa é caso para alarme?
Neste P24, ouvimos Ricardo Paes Mamede, economista, professor do ISEG e colunista do PÚBLICO.
Quando a esmola é grande, o pobre desconfia, diz a sabedoria popular. E o facto é que depois de anos e anos de aperto e de poupança, o Governo abriu os cordões à bolsa. Vai haver aumentos de oficiais de justiça ou de médicos. Vai haver subsídios para os polícias. Vai haver metade da reposição do tempo de serviço perdido pelos professores em apenas um ano. Vai haver novos alívios no IRS e, quem sabe, no IRC. Vai haver medidas fiscais simpáticas para os jovens. Para lá de um novo aeroporto e de linhas ferroviárias de alta velocidade.
Para a maioria dos portugueses, o governo dar, com muitas aspas, claro, é bom. Mas, há sempre um mas. O mas dos cépticos, dos que receiam que tanta despesa permanente seja um problema caso a conjuntura internacional se degrade. Os que exigem que os aumentos ou o alívio fiscal sejam compensados com poupanças em outras áreas do Estado. Os que têm memória, e medo de ver outra vez o FMI aterrar na Portela ganham espaço. Mas quem tem razão? É caso para alarme?
Para discutir esta questão, convidámos Ricardo Paes Mamede, economista, professor do ISCTE e colunista do PÚBLICO.
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