Projecto leva designers da Amazónia ao mundo e deixa marcas no emprego local

A Apoiar - Associação Amazónia de Produção, Organização e de Incentivos Artísticos procura incentivos para os criadores e empreendedores da arte da moda.

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A Amazon Poranga Fashion apoiou 14 marcas de designers da Amazónia com o objectivo de promover a moda local DR
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No primeiro ano de actividade, o Amazon Poranga Fashion apoiou 14 marcas de designers da Amazónia e mostrou-as em dez desfiles, deixando trabalho remunerado para 260 profissionais locais, segundo uma responsável do projecto.

"No ano passado, estivemos com 14 marcas, este ano pretendemos aumentar para 16 ou 18, dependendo da aceitação", afirma Jessilda Furtado, responsável da associação que criou o projecto, em entrevista à Lusa, em Lisboa, onde se deslocou a convite dos responsáveis do Projeto Sentir a Amazónia em Portugal, para participar no Mês das Amazónias, iniciativa que terminou neste domingo.

Alguns dos criadores que desfilaram no ano passado "este ano já não desfilam porque já alcançaram muita notoriedade", uma vez que a ideia é dar condições a outras marcas de "estarem no mesmo lugar", explicou. Segundo a responsável, o objectivo do projecto é "atingir toda a região amazónica".

Na prática, "o projecto visa dar mais visibilidade aos estilistas", e "está a dar bons resultados", porque "está a chamar a atenção", acrescentou.

A Apoiar - Associação Amazónia de Produção, Organização e de Incentivos Artísticos, a que preside Jessilda Furtado e que tutela o projecto, procura incentivos para que os criadores e empreendedores da arte da moda "possam estar no lugar que lhes cabe" e "para fortalecer o empreendedorismo local, através da arte da moda amazónica".

Inicialmente o projecto contou na quase totalidade com financiamentos do Governo federal brasileiro, na ordem dos 150 mil reais (cerca de 27 mil euros) através da Secretaria de Cultura, mas ainda no primeiro ano de vida, teve também ajudas de outras entidades, como a Faculdade de Santa Teresa, com formação em design de moda, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), de algumas pequenas empresas, enumerou Jessilda Furtado.

"Este projecto partiu de uma necessidade que identificámos, porque a economia criativa e a cultura local, é muito mais vista através do teatro, da música e da dança. E nós vimos que tínhamos artistas magníficos da criatividade da moda que eram muito conhecidos na nossa região e faziam mais sucesso fora de casa do que dentro de casa", disse.

Segundo a responsável, o primeiro ano envolveu mais de 400 trabalhadores, 260 remunerados e os restantes voluntários, a maior parte dos quais "já são alunos de moda ou trabalham com moda".

A mentora do Amazon Poranga Fashion adiantou que "as marcas trouxeram trabalho às costureiras" e envolveram "outros serviços", resultado da exigência de que todos os materiais de consumo e pessoas para trabalhar nos ateliês sejam todos da Amazónia.

Para este ano, Jessilda diz que tem financiamento "prometido", mas não assegurado, do Estado brasileiro. No entanto, a Faculdade de Santa Teresa "propôs-se arcar com todas as despesas das oficinas e dos cursos", adiantou a responsável, que trouxe consigo a Lisboa dois dos designers do projecto.

Este ano, a ideia também é apostar, "não só no vestuário, mas nos acessórios", disse a responsável, que admite também a possibilidade de "criar uma loja online onde os artífices possam estar num único lugar a comercializar" os seus produtos.

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