Esta guerra civil pode desiludir os espectadores mais sensíveis

A verdade é que Guerra Civil não dá explicações a menos, mas a mais. O problema não é dizer-nos pouco sobre as causas da guerra; é que o pouco que nos diz é desinteressante, ilógico, ou estúpido.

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Em 1968, cinco anos antes de Truffaut ter ensaiado numa entrevista ao Chicago Tribune o seu célebre e drástico aforismo sobre a impossibilidade de um filme anti-guerra (“todos os filmes sobre guerra acabam por ser pró-guerra”), o crítico americano Wilfrid Sheed formulou um argumento mais prático e minimalista nas páginas da Esquire. Qualquer filme, observou, está condenado a lidar “apenas com a fenomenologia da guerra, não com a substância”: em parte, pela prosaica razão de ser quase impossível dramatizar disputas sobre portos estratégicos ou direitos de exploração de depósitos minerais. O que um filme pode fazer é mostrar directamente alguns efeitos visíveis (o tiro, a explosão); e depois sugerir outros (a arbitrariedade, a futilidade, o cansaço).

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