Treze condenados a penas de até 15 anos de prisão por protestos de 2022 em Cuba

Organizações não-governamentais denunciam sentenças que vão dos quatro aos 15 anos de prisão para pessoas que participaram nos protestos de 2022 contra os cortes prolongados de energia.

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Escassez de energia em Cuba atingiu um pico em 2022, depois de um incêndio num depósito de combustíveis Ernesto Mastrascusa / LUSA
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Um tribunal de Cuba impôs penas de prisão de até 15 de anos a 13 pessoas que participaram nos protestos de 2022 contra os cortes prolongados de energia, disse uma organização não-governamental.

O grupo de defesa dos direitos humanos Justicia 11J disse que dez homens e três mulheres, todos já detidos, foram notificados na sexta-feira das sentenças, entre quatro e 15 anos de prisão, por sedição, desacato, propaganda inimiga e sabotagem.

Os 13 condenados saíram às ruas nos dias 18 e 19 de Agosto de 2022 para exigir melhores condições de vida e o fim dos cortes prolongados de energia – até 18 horas por dia – em Nuevitas, localidade do leste do Cuba, situada a mais de 600 quilómetros da capital, Havana.

De acordo com a Cubalex, uma outra organização não-governamental, também com sede em Miami, no sudeste dos Estados Unidos, o grupo foi a julgamento em Janeiro, num tribunal de Camagüey, no centro de Cuba, sob forte presença militar e policial.

“O meu filho está muito mal”, disse à agência de notícias France-Presse, por telefone, a mãe de um homem de 23 anos condenado a 10 anos de prisão, e que pediu para não ser identificada.

De acordo com a Justicia 11J, os condenados ainda podem recorrer da sentença.

A escassez de energia em Cuba atingiu um pico em 2022, com cortes diários no fornecimento de electricidade em toda a ilha.

Protestos antigovernamentais como o que ocorreu em Nuevitas em 2022 estão a tornar-se mais frequentes em Cuba, apesar do risco de detenções e de sanções severas enfrentadas pelos manifestantes.

Centenas de pessoas foram presas durante os protestos históricos de 11 de Julho de 2021, que pediam maior liberdade, e quase 500 foram condenadas a até 25 anos de prisão, de acordo com os últimos dados oficiais.

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