Património de Anne Heche não chega para cobrir contas do acidente que a vitimou

Actriz morreu, depois de o carro onde seguia ter ido contra uma residência. Ex-inquilina e proprietários pedem 4 milhões em indemnizações. Filho de Anne diz que herança não é suficiente.

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Anne Heche circulava em excesso de velocidade e perdeu o controlo do seu veículo, a 6 de Agosto de 2022; a morte cerebral foi declarada cinco dias depois Reuters/LUCAS JACKSON
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O património de Anne Heche, à data da sua morte, a 11 de Agosto de 2022, rondava os 110 mil dólares (cerca de 103 mil euros), entre o valor deixado numa conta bancária, os royalties sobre o seu trabalho como actriz, uma empresa de que era proprietária e através da qual geria a sua carreira, uma participação numa sociedade anónima e algum património pessoal. O que, diz o filho mais velho, não chega para pagar as indemnizações exigidas pela arrendatária e proprietários da casa contra a qual Heche embateu com o seu automóvel, o que acabaria por resultar na sua morte.

Anne Heche circulava em excesso de velocidade e perdeu o controlo do seu veículo, a 6 de Agosto de 2022, tendo embatido primeiro contra uma garagem de um complexo de apartamentos e depois contra uma residência. O carro incendiou-se e as chamas consumiram a casa, com a extinção do incêndio a envolver cerca de seis dezenas de bombeiros. A morte cerebral de Heche foi declarada cinco dias depois, tendo a actriz sido mantida em suporte artificial de vida por dois dias por ser dadora de órgãos.

A arrendatária da casa processou a família em Novembro de 2022 por “negligência”, “provocação de aflição emocional” e “transgressão”, exigindo uma indemnização de dois milhões de dólares. Já os proprietários deram entrada com um processo contra os herdeiros por danos materiais, pedindo outros dois milhões de dólares. Paralelamente, um ex-namorado da actriz, o actor e produtor Thomas Jane, interpôs uma acção contra o espólio de Heche por causa de uma dívida de 157 mil dólares (perto de 147 mil euros), que a actriz se propusera a pagar em parcelas de dez mil dólares (9360€) por mês, a partir de Agosto de 2021. Só que, alega Jane, apenas foram cumpridas duas prestações, permanecendo uma dívida, com juros acrescidos, de quase 150 mil dólares (mais de 140 mil euros). Por fim, a dívida do cartão de crédito era, à data da morte da actriz, de mais de 30 mil dólares (28 mil euros).

O filho mais velho da actriz, Homer Heche Laffoon, de 22 anos, declarou não ter meios para pagar o que lhe é exigido, estando a tentar a “negociação de acordos apropriados” de forma a “evitar litígios prolongados e dispendiosos”. De acordo com o jovem, fruto do casamento da actriz com o operador de câmara Coley Laffoon, desde a morte da mãe que está a tentar reunir o máximo possível para fazer face às despesas, como por exemplo com o lançamento de um livro de memórias, Call Me Anne, em Janeiro de 2023, mas cujas receitas não deverão ir além dos 25 mil dólares.

O herdeiro está a ponderar ainda leiloar alguns bens da progenitora, mas não acredita resolver o problema dessa forma. “Tendo em conta o valor previsto dos inventários e das avaliações no seu conjunto, bem como as reclamações dos credores, a herança e os sucessores são insolventes”, lê-se no relatório sobre o estado do património elaborado por Laffoon e citado pelo ET Online.

Além de Laffoon, Anne Heche deixou ainda um filho menor, Atlas Heche Tupper, com 15 anos, fruto da sua relação com o actor James Tupper.

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