Alvarinho aos molhos na 30.ª edição da Festa do Alvarinho e do Fumeiro

De 26 a 28 de Abril, Melgaço recebe 29 produtores naquela que já é uma “festa vínica de excelência da região”. Além de provas comentadas, o evento gratuito terá concertos, showcooking e petiscos.

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Quando a Festa do Alvarinho e do Fumeiro arrancou em 1995, cada produtor levava um Alvarinho; hoje esse mesmo produtor pode ter dez expressões da casta para mostrar Ricardo Lopes
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A 30.ª edição da Festa do Alvarinho e do Fumeiro, entre 26 e 28 de Abril, juntará 29 produtores de alvarinho da sub-região de Monção e Melgaço num recinto montado no largo do mercado municipal de Melgaço. De entrada livre, o evento, com provas de vinho, produtos regionais, concertos, petiscos e showcooking, deverá contar com perto de 50 a 60 mil visitantes, contas do presidente da Câmara de Melgaço, Manoel Batista.

Ao Terroir, o autarca sublinha a importância que tem para o município a festa que acontece todos os anos, sem interrupções, desde 1995, “passando de uma festa de cariz popular para uma festa vínica de excelência, preparada com o maior profissionalismo”, considera. “O evento é fundamental para o município e posiciona Melgaço como um território de excelência na área do turismo e na área dos vinhos", contextualiza o autarca.

A festa realizou-se mesmo em 2020, durante a pandemia, numa versão digital bem diferente da que irá acontecer na próxima semana, entre sexta-feira, 26 de Abril, e domingo, 28 de Abril, num recinto com uma área total de 3.800 metros quadrados, que inclui uma zona de restauração com quatro restaurantes locais e capacidade para 500 pessoas.

Ao todo, serão 29 os produtores de Monção e Melgaço presentes no evento, 18 de Melgaço e 11 de Monção.

Manoel Batista destaca a “elevadíssima qualidade” dos produtores e dos vinhos da região, “brancos que vão crescendo em valor e que trazem uma riqueza muito grande para o território”. “Estamos a trabalhar num território em que as parcelas são pequenas, com uma uva muito valorizada, uma das mais valorizadas do país. Na última colheita, em 2023, a uva chegou a ser vendida a 1,5 euros/quilo”, continua.

O salto em quase 30 anos

Em 1995, quando a festa começou, na altura no espaço em frente à Câmara Municipal de Melgaço, não só o número de produtores de vinho, como o de produtos locais, nomeadamente de fumeiro, era reduzido. “Quando arrancámos com a festa o melhor produtor teria um vinho, um vinho clássico. Hoje esse produtor pode ter dez vinhos diferenciados feitos com a mesma casta”, diz Manoel Batista. “Estamos a falar de uma revolução extraordinária da parte dos produtores.”

O presidente da Câmara fala também de um enorme crescimento na produção de espumante na região. “De tal forma que em 2015 arrancámos com outro evento, em Novembro, a Festa do Espumante. Segundo contas da CVR [Comissão de Viticultura da Região dos  Vinhos Verdes], 30% do espumante produzido em toda a região dos Verdes é produzido em Monção e Melgaço", notou o edil.

A Festa do Alvarinho e do Fumeiro é de entrada livre, mas é preciso comprar um copo (3,5 euros) para participar nas provas comentadas. Na sexta, dia 26, às 15h30, Valéria Zeferino, da revista Grandes Escolhas, conduzirá a prova “Alvarinho: a prova do tempo”, sobre a “capacidade de envelhecimento” dos vinhos da região. “O paradigma era que os verdes tinham de ser consumidos muito jovens, mas hoje é diferente e temos a certeza que, se os nossos vinhos tiverem oportunidade de envelhecer e fazer um bom processo de envelhecimento, são vinhos extraordinários ao fim de 5 anos, de dez anos”, afiança Manoel Batista.

No sábado, dia 27, às 15h, Beatriz Machado, da Niepoort, conduz a prova “Uma casta, vários estilos de vinho” e no domingo, dia 28, às 11h30, Manuel Malfeito, do Instituto Superior de Agronomia de Lisboa, explica como “Entender as diferentes expressões do Alvarinho, sem descrever aromas nem dar notas”.

Quim Barreiros no fecho

O evento conta também com sessões de showcooking e harmonização com chefs como Rui Paula (na sexta, às 16h30) ou Hélio Loureiro (sábado, 17h30) e animação musical nos três dias de festa, a culminar com a actuação de Quim Barreiros, no domingo, às 15h.

“É uma região com uma dimensão física pequena, mas grande no ponto de vista de qualidade e crescimento qualitativo de vinhos, sobretudo dos brancos”, conclui o presidente da Câmara de Melgaço. A festa é uma boa oportunidade para “perceber o que está a ser feito no Alto Minho”.

Os produtores de Melgaço presentes na festa são: Adega do Sossego, Alvaianas, Anselmo Mendes, Casa de Canhotos, Casa de Midão, Dom Ponciano, Dom Salvador, Dona Paterna, Encostas da Capela, Encosta dos Castelos, Quinta da Pigarra – Encostas de Melgaço, Quintas de Melgaço, Quinta do Louridal – Poema, Quinta do Regueiro, Pequenos Rebentos – Márcio Lopes, Soalheiro, Terras de Real e Valados de Melgaço.

Já os produtores de Monção são: Alvaminho, Cortinha Velha, Encostas de Sende, Encostas do Mouro, Monsão 1261, Provam, Quinta das Pereirinhas – Foral de Monção, Quinta de Alderiz, Quinta de Setas, Quinta do Mascanho e Terras de Conclave.

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