Eriksson foi grande, o Benfica foi apenas razoável

Luz aplaudiu de pé o treinador sueco tricampeão, numa noite em que os “encarnados” triunfaram por 2-1 sobre o Marselha na primeira mão dos quartos-de-final da Liga Europa.

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Rafa marcou um dos golos do Benfica Pedro Nunes/REUTERS
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O mais importante do Benfica-Marselha desta quinta-feira, a contar para a primeira mão dos quartos-de-final da Liga Europa aconteceu ao intervalo. Esqueçamos a parte desportiva por agora (já lá iremos), vamos pela celebração emocional de um homem por um clube. Falamos de Sven-Goran Eriksson e da homenagem que o Benfica lhe fez em pleno relvado da Luz, a meio de uma noite europeia. O sueco foi um dos treinadores mais marcantes da história das “águias”, um revolucionário de métodos e mentalidades, e os adeptos mostraram que não se esqueceram dele.

No início de Janeiro, Eriksson anunciou que foi diagnosticado com um cancro terminal e que os médicos só lhe davam um ano de vida. Quatro meses após essa revelação, o sueco surgiu no relvado da Luz, ladeado por muitos dos seus antigos pupilos (Rui Costa entre eles) e um estádio inteiro aplaudiu-o de pé. “Isto é muito bonito”, disse Eriksson, que chegou à Luz em 1982 e que foi tricampeão pelos “encarnados”. “Muita felicidade, muita sorte e muito obrigado”, desejou o sempre cavalheiro sueco.

Antes e depois da homenagem a Eriksson, houve um jogo de futebol. E o Benfica, depois de ter ficado de fora da Taça e longe da revalidação do título, não deu um passo certo e seguro rumo à continuidade na Liga Europa. É certo que triunfou sobre o Marselha por 2-1 na primeira mão dos quartos-de-final, mas é um resultado que não é tão tranquilizador como podia ter sido e como a primeira parte sugeria. Na primeira metade, os “encarnados” dominaram e podiam ter construído um resultado robusto, na segunda parte, deixaram-se apanhar pela formação francesa.

Nada melhor do que aplacar uma crise frente a um adversário que está numa crise ainda pior – o Marselha navega na mediocridade do meio da tabela, orientado pelo seu quarto treinador da época e com quatro derrotas consecutivas. O Benfica fez por aproveitar essas debilidades para chegar rapidamente à vantagem. Aos 16’, numa bela jogada, Neres lançou Tengsted e o dinamarquês encaminhou a bola para a área. O passe foi demasiado atrasado, mas Rafa conseguiu compensar na sua corrida, ficou com a bola e atirou a contar.

Era um óptimo início para o Benfica e a validação da ideia de Schmidt em manter o mesmo “onze” do duplo confronto com o Sporting – os resultados não foram bons, mas, segundo o alemão, as exibições foram. E o Marselha, com uma boa dose de veteranos com rodagem ao mais alto nível (Kondogbia, Aubameyang), simplesmente não conseguia contrariar a superioridade benfiquista, ainda mais evidente nos primeiros minutos da segunda parte.

Aos 52’, em mais uma excelente jogada, Di María deu para Neres, Neres devolveu a Di María e bola de novo dentro da baliza de Pau Lopez. Jogo bem encaminhado para uma vitória tranquila e, talvez, com outros números. Só que o Benfica não deu a expressão devida ao marcador que a sua superioridade justificava e, de um momento para o outro, tudo mudou.

Tudo aconteceu aos 67’, numa bola longa de Ounahi que parecia estar controlada por António Silva. Mas não estava. O jovem central deixou passar e Aubameyang aproveitou para fazer o 2-1. E a eliminatória, que parecia bem encaminhada, está em aberto para a segunda mão no Vélodrome daqui a uma semana.

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