Inflação regressou às subidas em Março

Taxa de inflação homóloga sobe de 2,1% para 2,3% em Março, com o contributo principal desta vez a vir do cabaz de bens e serviços que não inclui os alimentos e a energia.

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Bens alimentares já baixaram a pressão sobre a inflação Nelson Garrido
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Depois da descida registada em Fevereiro, a taxa de inflação em Portugal voltou a subir ligeiramente durante o mês de Março, confirmando as expectativas de que o processo de desinflação rápida registado na segunda metade do ano passado será feito agora de forma mais lenta.

De acordo com a estimativa rápida publicada esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, os preços registaram uma subida de 2% durante o mês de Março, fazendo com que a taxa de inflação homóloga (que representa a variação dos preços face ao mesmo mês do ano passado) passasse de 2,1% em Fevereiro para 2,3% em Março.

Desta vez, tanto os preços da energia como os preços dos bens alimentares registaram variações de pequena dimensão ao longo do mês de Março. No caso da energia subiram 0,1% face a Fevereiro e no caso dos bens alimentares não transformados aumentaram 0,3%.

Isto fez com que, devido ao efeito-base, a taxa de inflação homóloga dos bens energéticos subisse de 4,3% para 4,8% e que no caso dos bens alimentares não transformados caísse de 0,8% para -0,5%.

Deste modo, por trás da subida da inflação registada em Março estiveram sobretudo os outros tipos de bens. A taxa de inflação homóloga subjacente – que é muito relevante para as tomadas de decisão do Banco Central Europeu (BCE), já que retira da análise a evolução dos preços dos bens alimentares e energéticos, que são normalmente mais voláteis registou em Março uma subida de 2,1% para 2,5%, interrompendo uma tendência de descida que se verificava já há vários meses.

Os resultados agora conhecidos vêm confirmar que, depois de descidas bastante acentuadas ao longo da segunda metade de 2023, a taxa de inflação em Portugal mostra, agora que está próximo dos 2%, que uma descida, a ocorrer, será sempre feita de forma mais lenta.

Os dados da inflação no decorrer deste mês e do próximo irão desempenhar, ao nível da zona euro, um papel fundamental na tomada de decisão dos responsáveis do BCE relativamente às taxas de juro. Christine Lagarde e os outros membros do conselho de governadores irão decidir nas reuniões agendadas para Abril e Junho se começam já a descer as taxas de juro, mas para que isso aconteça querem continuar a ver a variação dos preços a apresentar uma trajectória descendente, nomeadamente no que diz respeito à taxa de inflação subjacente.

Os dados relativos à inflação de Março no total da zona euro apenas serão revelados pelo Eurostat na próxima terça-feira.

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