Plataforma que junta estruturas da PSP e GNR vai preparar estratégia para novo Governo

Depois de polícias terem levado manifestação para a porta do debate entre os principais candidatos a primeiro-ministro, plataformas sindicais tinham decidido suspender protestos até às legislativas.

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Manifestação no Teatro Capitólio foi a última demonstração pública do descontentamento nas forças de segurança Nuno Ferreira Santos
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A plataforma que junta estruturas da PSP e GNR vai reunir-se no final do mês para preparar a estratégia que apresentará ao novo Governo e exigir ao líder da AD que cumpra com o prometido aos polícias.

A plataforma, que reúne 11 sindicatos da PSP e associações da GNR, foi criada para exigir a revisão dos suplementos remuneratórios nas forças de segurança, nomeadamente um suplemento de missão idêntico ao da Polícia Judiciária, e tinha cancelado os protestos durante a campanha eleitoral, adiando novas iniciativas para depois das eleições de domingo, ainda sem resultados finais, apesar de a Aliança Democrática (AD) ter assumido a vitória.

O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) disse à Lusa que a plataforma se vai reunir no final do mês para delinear os passos a seguir, que vão passar por pedir uma reunião ao novo Governo e saber se está disponível para iniciar negociações com os sindicatos e avançar com o prometido.

Paulo Santos recordou que Luís Montenegro, presidente do PSD, prometeu aos sindicatos das forças de segurança resolver o problema do suplemento de missão.

"Queremos ver se Luís Montenegro vai cumprir com a palavra", disse o presidente do maior sindicato da Polícia de Segurança Pública, frisando que as negociações devem começar o mais rapidamente possível e, caso as reivindicações não sejam acauteladas, os polícias prometem regressar aos protestos.

Paulo Santos esclareceu ainda que não está em causa apenas a atribuição de suplemento de missão, mas também a revisão das tabelas remuneratórias e a questão da falta de atractividade da profissão, que pode provocar um problema operacional na PSP.

Também o presidente do Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol), Armando Ferreira, disse à Lusa esperar que Luís Montenegro, que deverá ser o futuro primeiro-ministro, "tenha sentido de Estado e desencadeie as necessárias e urgentes negociações com os sindicatos representativos da PSP para a atribuição do suplemento de missão" semelhante ao da PJ. Armando Ferreira sustentou que "é isso que os polícias esperam".

O presidente do Sinapol, que também faz parte da plataforma, disse ainda que o novo Governo vai ter de fazer uma análise profunda sobre "a falta de candidatos às forças de segurança", considerando que deve ser repensado o actual modelo das polícias em Portugal.

Os elementos da PSP e da GNR realizaram protestos durante mais de um mês para exigir um suplemento idêntico ao atribuído à PJ, aprovado pelo Governo PS no final de Novembro do ano passado.