Orbán diz que ratificação da adesão da Suécia à NATO está para breve

Parlamento húngaro volta a reunir-se a partir de 26 de Fevereiro e a partir daqui deverá ratificar a adesão, disse Orbán, sem especificar uma data.

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Viktor Orbán, primeiro-ministro iliberal da Hungria, discursando em Budapeste Reuters
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Grande manifestação contra o Governo de Orbán em Budapeste BERNADETT SZABO/Reuters
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O Parlamento húngaro poderá ratificar a adesão da Suécia à NATO pouco depois de recomeçar os trabalhos parlamentares, no final do Fevereiro, disse o primeiro-ministro, Viktor Orbán, sem no entanto referir uma data concreta. A Hungria é o único país que não ratificou a adesão da Suécia à Aliança Atlântica.

O chefe de Governo iliberal e ultraconservador disse que a “disputa” da Hungria com a Suécia poderia “ser resolvida em breve”, o que é “uma boa notícia”.

“Estamos a avançar no sentido de, no início da sessão parlamentar da Primavera, podermos ratificar a adesão da Suécia à NATO”, declarou Orbán, citado pela agência Reuters.

O Parlamento volta a reunir-se a 26 de Fevereiro, mas o jornalista Csaba Tóth sublinhou, na rede social X, que dizer “no início da sessão parlamentar da Primavera não quer dizer no dia 26 de Fevereiro” e que “esta é a quarta vez que Orbán dá uma indicação vaga de data para a ratificação” da adesão da Suécia à NATO pelo Parlamento da Hungria.

O primeiro-ministro húngaro aludiu ainda a “negociações” com a Suécia sobre a adesão à NATO, sendo que o primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, já declarou no final de Janeiro que não há quaisquer negociações a decorrer com a Hungria e que a Suécia já cumpriu tudo o que é necessário para a adesão.

“Vamos ratificar a adesão da Suécia à NATO, e está certo, mas a União Europeia, a nossa casa, está muito mal no palco mundial”, considerou Orbán, antes de continuar com um elogio a provável candidato republicano às presidenciais americanas, Donald Trump.

“O nosso dever é reconquistar Bruxelas e chegou a altura de uma presidência MAGA [Make America Great Again, o slogan de Trump] para fazer a paz”, disse também Orbán.

Orbán falava aos seus apoiantes no discurso anual perto do castelo de Buda, na capital húngara, sob fortes medidas de protecção.

Na véspera, decorreu uma das maiores manifestações dos últimos anos em Budapeste, com um número estimado de à volta de 50 mil pessoas nas ruas manifestando-se contra o Governo.

O protesto foi motivado pela notícia de que a então Presidente, Katalin Novák, e a então ministra da Justiça, Judit Varga, duas figuras importantes do Fidesz, o partido de Orbán, assinaram um perdão a um responsável de um orfanato que tinha sido condenado por cumplicidade com um pedófilo.

As duas responsáveis demitiram-se, mas o caso levou o ex-marido de Varga, Peter Magyar, a anunciar também a saída dos seus cargos em empresas estatais e a dar uma entrevista denunciando a concentração de riqueza nas mãos de uns poucos responsáveis do Fidesz, protagonizando o primeiro desafio ao regime vindo de dentro.

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