Maioria dos portugueses não passou férias fora de casa em 2022

Quase 53% da população residente em Portugal não chegou a fazer nem uma deslocação com dormida fora do seu ambiente habitual. Em 2021, este valor foi de 56% e em 2019, antes da pandemia, de 47%

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"Alojamento fornecido gratuitamente por familiares ou amigos” é a modalidade mais utilizada pelos residentes nas dormidas Miguel Manso
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A maioria da população residente em Portugal, equivalente a 52,3% do total, não chegou a fazer nem uma deslocação com dormida fora do seu ambiente habitual no ano passado, de acordo com os dados do INE sobre o turismo divulgados esta quinta-feira.

Em 2021, foram 56% os que não efectuaram pelo menos uma viagem turística, e em 2020, primeiro ano de pandemia, com fortes medidas de confinamento, foram 61%. Já em 2019, o indicador fixou-se nos 47%, ano em que se tinha invertido a tendência e a maioria passou férias fora do seu ambiente quotidiano.

Os 47,7% da população residente em Portugal que efectuaram pelo menos uma viagem turística (ao contrário dos outros 52,3%), diz o INE, representaram um acréscimo face ao ano anterior “de mais 373,4 mil turistas, correspondendo a 4,9 milhões de indivíduos”.

Comparando com 2019 (pré-pandemia), “o número de turistas diminuiu 10,1%”, equivalente a menos 547,3 mil turistas. “As deslocações turísticas dos residentes atingiram 22,6 milhões, reflectindo uma variação anual de 29,2%, mas ficando aquém dos valores de 2019 (-7,5%)”.

De acordo com o INE, as viagens turísticas dos residentes “geraram mais de 94,6 milhões de dormidas em 2022 (+14,5% face a 2021, -4,6% face a 2019), tendo a maioria ocorrido em Portugal (78,4% do total, 88,5% em 2021 e 77,6% em 2019)”.

“As dormidas em Portugal registaram um acréscimo de 1,5% e as ocorridas no estrangeiro aumentaram 114,9%, reforçando a trajectória de recuperação face aos níveis de 2019 (-3,6% e -8,1%, respectivamente)”, realça o INE.

O “alojamento fornecido gratuitamente por familiares ou amigos” foi, como habitual, “a modalidade mais utilizada nas dormidas dos residentes em 2022, concentrando 37,4 milhões de dormidas”.

Menos estrangeiros

O ano de 2022 bateu um novo recorde em termos de receitas, superando 2019, com os proveitos totais dos estabelecimentos de alojamento turístico a atingirem os cinco mil milhões de euros (o INE não contabiliza os AL com menos de dez camas). No entanto, não se superou a fasquia de 2019 em número de turistas estrangeiros.

“As dormidas de não-residentes aumentaram de forma expressiva”, confirma o INE, “mas ficaram 3,9% abaixo dos valores de 2019, correspondendo a 49,7 milhões (64,4% do total, após 47,2% em 2021 e 66,4% em 2019)”. As dormidas de residentes em Portugal subiram 5,3% em relação a 2019, chegando aos 27,5 milhões.

Os dados agora apresentados mostram que no ano passado “a despesa média por turista em cada viagem teve um acréscimo de 18,3% face a 2021, fixando-se em 232,5 euros (+18,8% face a 2019)”. Ainda assim, refere-se que, nas deslocações domésticas, “os residentes gastaram, em média, 163,3 euros por turista/viagem”, valor que é inferior em 6,8 euros face a 2021, mas 30,2 euros acima de 2019.

O INE dá ainda conta de que a remuneração bruta mensal por trabalhador nas actividades de alojamento foi de em 1165 euros em 2022, mais 4,5% face ao ano anterior.

Para este ano, a previsão é de que sejam batidos novos recordes tanto ao nível das receitas como do número de turistas.

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