UEFA confirma que convidou António Costa para Budapeste (e contraria Marcelo)

Organismo europeu contraria as duas primeiras tentativas de explicação de Marcelo Rebelo de Sousa. Continua por justificar a razão para um convite oficial não constar da agenda do primeiro-ministro.

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UEFA convidou António Costa para ir à Hungria LUSA/RODRIGO ANTUNES
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A UEFA confirmou ao PÚBLICO que foi o seu presidente que convidou António Costa para assistir à final da Liga Europa 2023 em Budapeste. Numa curta resposta escrita, o gabinete de media e relações públicas daquele organismo europeu recusa fazer qualquer outro comentário.

"Podemos confirmar que o sr. António Costa foi oficialmente convidado para assistir à final da Liga Europa da UEFA em Budapeste como estimado convidado do presidente da UEFA, Aleksander Čeferin", respondeu o organismo que gere o futebol europeu, sobre o jogo de dia 31 de Maio na Puskas Arena. Já o gabinete do primeiro-ministro, depois de questionado pelo PÚBLICO na segunda-feira sem sucesso, recusou nesta terça-feira divulgar o teor do convite e remeteu esclarecimentos para a UEFA.

A resposta da UEFA confirma a versão divulgada na segunda-feira pelo gabinete do primeiro-ministro, mas nessa altura era já a terceira versão da justificação para a presença de António Costa em Budapeste. As duas anteriores, que a UEFA veio desmentir, tinham partido não do chefe do Governo mas sim do Presidente da República.

Instado a comentar a presença de Costa ao lado de Viktor Órban na Puskas Arena, Marcelo Rebelo de Sousa dissera, na sexta-feira, que António Costa o informara da escala em Budapeste (a caminho da Moldova) para dar um abraço de incentivo a José Mourinho, o treinador do Roma, que disputava a final com o Sevilha.

Depois, no dia seguinte, outra tentativa de explicação: Marcelo afirmou acreditar que se tratou de uma decisão de "última hora" de António Costa que, perante a necessidade de "fazer uma escala técnica" por causa da "falta de autonomia" do Falcon 50, decidiu parar em Budapeste e "aproveitou para ver o jogo de futebol". E até defendeu o primeiro-ministro, desvalorizando a paragem e o encontro com Viktor Órban, alegando não ver "que politicamente haja qualquer problema específico".

Com a confirmação da UEFA de que se tratou de um convite oficial, fica por explicar a razão pela qual António Costa preferiu não incluir a paragem em Budapeste na sua agenda oficial, em especial tendo em conta que poderia ser alvo de polémica já que viajava numa aeronave da Força Aérea e que poderia estar com outros líderes europeus, em especial uma figura controversa como é o primeiro-ministro húngaro Viktor Órban.

Ainda que haja diversos eventos em que António Costa compareça como primeiro-ministro e que não sejam incluídos na sua agenda oficial: o último caso foi o do jogo de qualificação do grupo J para o Europeu 2024 que opôs Portugal à Bósnia e Herzegovina, no sábado, no estádio da Luz em que o chefe do Governo assistiu ao encontro ao lado do Presidente da República. Os serviços da Presidência também não anunciaram a agenda de Marcelo Rebelo de Sousa e só depois do jogo é que foi colocada uma nota no site comunicando que o Presidente assistira ao encontro.

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