Droga: PJ suspeita de ajuste de contas em caso de empresário encontrado morto na mala do carro

Empresário de Gondomar desaparecido há três semanas foi encontrado em Braga. Foi testemunha no caso Noite Branca, relacionado com mortes na noite do Porto, e já havia sido sequestrado antes.

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A Polícia Judiciária está a investigar a morte do empresário de Gondomar Francisco Romao Pereira
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O corpo de um empresário de Gondomar foi encontrado este domingo no porta-bagagens de um automóvel estacionado na Rua do Abade Loureira, em Braga. José Pires, de 52 anos, estava desaparecido há mais de três semanas, noticiou o Jornal de Notícias (JN) e confirmou ao PÚBLICO fonte da Polícia Judiciária (PJ). Terá sido a 26 de Maio a última vez que foi visto por família e amigos.

A mesma fonte da PJ adiantou ao PÚBLICO que o caso está a ser investigado como um possível ajuste de contas tendo como pano de fundo o passado da vítima associado ao tráfico de droga. Aliás, a própria família receava que tivesse sido alvo de um sequestro por causa de negócios ligados à droga.

Terão sido moradores a dar o alerta às autoridades, estranhando o facto de o carro estar há vários dias por baixo de um viaduto naquela zona.

No local estiveram os Bombeiros Sapadores de Braga, que posteriormente transportaram o cadáver para o Hospital de Braga, de acordo com a Agência Lusa.

O caso está a ser investigado pela Directoria do Norte da Polícia Judiciária. Apesar de o corpo ter sido encontrado na área de jurisdição da PJ de Braga, o processo de desaparecimento estava já a ser investigado pela PJ do Porto.

Teve um stand de automóveis e já fora sequestrado antes

José Pires, que teve um stand de venda de automóveis em Paredes, era um “velho” conhecido da polícia e do submundo do crime. Em 2009, fora sequestrado por um grupo de homens armados em Vigo, Espanha. Foi depois agredido em Chaves pelo mesmo grupo, tendo sido encontrado pela polícia vendado e com os pés e mãos atados. Por perto estava o carro a arder, recorda este domingo o Jornal de Notícias.

Membros do “Gangue de Valbom” e do “Gangue de Miragaia” viriam a ser acusados pelas agressões e sequestro, mas acabaram por ser absolvidos em 2013, face às muitas dúvidas no processo e também ao facto de o testemunho e o reconhecimento dos suspeitos por José Pires ter sido considerado pouco credível.

Antes disso, José Pires era já conhecido por ter sido uma das testemunhas no caso Noite Branca, processo sobre vários homicídios em 2007 que marcaram a noite do Porto, nomeadamente de seguranças e membros de gangues. Pires foi uma das testemunhas de acusação contra Bruno Pinto, “Pidá”, em relação ao homicídio de Ilídio Correia, do “Gangue de Miragaia”.

“Pidá” viria a ser condenado a 24 anos de prisão efectiva, que ainda cumpre.

Texto actualizado às 21h12 deste domingo com mais informações sobre o caso.

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