Confrontos em Al-Aqsa entre polícia israelita e palestinianos barricados na mesquita

Apelos a sacrifício de animal na Páscoa judaica no complexo religioso levou a acção de fiéis muçulmanos. Troca de fogo em Gaza.

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Polícia israelita leva muçulmana que estava na mesquita de Al-Aqsa AMMAR AWAD/Reuters

A polícia de Israel entrou na mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, onde se tinham juntado, e barricado, centenas de fiéis depois da última oração do dia. Os fiéis temiam a entrada, no complexo da mesquita, de judeus com um animal para sacrifício na Páscoa judaica, seguindo apelos de grupos religiosos extremistas, que anunciaram uma recompensa monetária para uma acção destas.

A entrada de pessoas de outras religiões que não a muçulmana no complexo da mesquita é permitida desde que não haja orações ou outros rituais religiosos, mas cada vez mais há grupos judaicos a pressionar para que estes sejam permitidos, ou a apelar a que sejam mesmo levados a cabo, como foi de novo o caso este ano.

No passado, chegaram a ser detidas pessoas a caminho da mesquita com um animal para sacrificar. Este ano, o chefe do movimento Regresso ao Templo – que anunciou uma recompensa de milhares de shekels a quem tentasse, ou conseguisse, sacrificar um cordeiro pascal no Pátio das Mesquitas, ou Monte do Templo para os judeus – foi detido na segunda-feira por suspeitas de tentar levar a cabo esse plano, segundo o Jerusalem Post.

Estes apelos e rumores levam muitas vezes a que fiéis se barriquem dentro da mesquita, temendo uma acção religiosa judaica no local, e foi isso que voltou a acontecer na noite desta terça-feira, a véspera da Páscoa judaica. Ao mesmo tempo, os muçulmanos celebram o mês do Ramadão.

A polícia de Israel declarou que tentou retirar os barricados recorrendo ao diálogo, mas que se mantiveram no local dezenas de jovens com fogo-de-artifício, bastões e pedras. As forças policiais de Israel entraram então no complexo para os retirar, usando gás lacrimogéneo.

Um responsável da Fatah na Cidade Velha de Jerusalém disse que mais do que 400 palestinianos tinham sido detidos e havia dezenas de feridos, incluindo dois em estado grave.

O Crescente Vermelho palestiniano queixou-se de não ter conseguido ter acesso ao local para ter acesso aos feridos, alguns com ferimentos de balas de borracha.

Ao longo da noite, houve disparos de rockets da Faixa de Gaza para o Sul de Israel, e a aviação israelita atacou alvos em resposta. Em 2021, juntaram-se uma série de factores (tensão na mesquita, expulsões iminentes de palestinianos, ataques com rockets da Faixa de Gaza contra Israel e uma dura contra ofensiva israelita), que levaram a uma violência inédita entre palestinianos com cidadania israelita (ou árabes israelitas) e judeus israelitas em cidades mistas, ou seja, cidades com uma minoria árabe significativa.

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