Cristiano Ronaldo: “Ganhar o Mundial? Tenho essa esperança e esse feeling”
Capitão da selecção nacional falou esta segunda-feira aos jornalistas e não escondeu optimismo para a prova.
Cristiano Ronaldo falou, na manhã desta segunda-feira, aos jornalistas presentes no Qatar. Estas foram as primeiras declarações públicas do capitão da selecção nacional após a polémica entrevista da última semana em que falou sobre o mau momento vivido no Manchester United. Nesta conferência de imprensa, contudo, as atenções focaram-se na competição, com Ronaldo a não esconder a esperança na conquista do troféu, o último que lhe escapa na selecção.
“Ser favorito é muito relativo, acredito que a nossa selecção tem um potencial enorme. Ganhar [o Mundial]? Isso já veremos. Acredito que sim, tenho essa esperança e esse feeling. Mas estas competições dizem-nos que temos de pensar com calma, pensar no grupo e no primeiro jogo contra o Gana que é, na minha opinião, o mais difícil. Começar bem, com confiança e a partir daí ir devagarinho”, afiança Cristiano Ronaldo.
O Mundial do Qatar será o quinto – e muito provavelmente o último – da carreira de CR7. Questionado sobre uma eventual responsabilidade acrescida nesta competição para o seu futuro profissional, Ronaldo desvaloriza: “Este é o meu quinto Mundial. Responsabilidade tenho sempre, desde os 11 anos que saí de casa sozinho para viver em Lisboa. Sinto que sou uma pessoa muito mais observada do que todas as outras, isso sim. Responsabilidade tenho sempre: como jogador, pai e amigo. Isso faz parte do meu quotidiano.”
Ronaldo tem a hipótese de ultrapassar Eusébio na lista de melhores marcadores em fases finais de mundiais. Apesar de admitir que conseguir esse recorde seria algo “muito bonito”, garante que não é algo que “tire o sono”. Até porque, garante o capitão, o mais importante é o resultado colectivo: “Se me dissessem que Portugal ganhava o Mundial sem golos meus, assinava já por baixo, juro pelos meus filhos.”
Sobre a última semana polémica, Cristiano Ronaldo pediu aos jornalistas que não fizessem perguntas sobre ele aos outros jogadores do plantel. “O caso Cristiano está encerrado, falem da competição. Não lhes perguntem constantemente coisas sobre mim. É chato. Eu, pelo menos, ficava chateado. Se alguém me fizesse uma pergunta, por exemplo, sobre o Rafa, eu não respondia. É um capítulo encerrado: o seleccionador deu uma entrevista e falou desse tema. Portanto, se quiserem falar, perguntem-lhes coisas sobre eles e sobre a selecção. Gostava que fizessem isso para a selecção estar melhor”, reiterou.
O capitão da selecção nacional foi o jogador da selecção nacional escolhido esta segunda-feira para falar no centro de treinos do Al-Shahaniya SC, nos arredores de Doha, onde confessou que é “um sonho” vencer um Mundial e assegurou que Portugal está no Qatar com esse objectivo em mente. “Seria mágico, um sonho. Ganhar um Mundial seria um sonho e estamos aqui para alcançar esse objectivo. Todos estão aqui para alcançar esse objectivo”, vincou.
Ainda assim, admitiu que há um lote de favoritos: “Brasil, Argentina, França, Alemanha são aquelas selecções que costumam ter mais probabilidades, aquela pontinha de favoritismo para todo o mundo. No entanto, em 2016 [no Europeu], ninguém dava nada por Portugal e ganhámos. Pode haver surpresa e espero que assim seja desta vez também”.
Apesar de um pequeno problema sentido no arranque da preparação para a competição, Ronaldo disse já estar “recuperado e preparado para começar o Mundial da melhor maneira” e ajudar a equipa das “quinas” a vencer o Gana, na estreia no Grupo H da competição, na quinta-feira.
“Nós acreditamos que somos os melhores”
O avançado do Manchester United, de 37 anos, vai participar pela quinta vez num Campeonato do Mundo, depois de 2006, 2010, 2014 e 2018, tendo atravessado, pelo menos, três gerações da selecção nacional. Contudo, recusou-se a fazer comparações e salientou que “a melhor geração é sempre aquela que ganha”.
“Esta geração é muito boa, tem um potencial enorme, é uma selecção jovem, uma mistura com mais velhos. Vai ser bonito de ver. A exigência é muito grande. Para ganhar a competição, temos de ser os melhores. Nós acreditamos que somos os melhores, mas temos de mostrar isso em campo”, referiu.
Sendo o quinto Campeonato do Mundo em que vai alinhar, Ronaldo fez questão de realçar que “os mundiais, e até mesmo os europeus, são marcantes, por tudo”.
“Os mundiais são diferentes, o mundo pára para nos ver a jogar. São sempre memórias muito bonitas. As memórias são sempre boas”, expressou.
A estreia de Portugal no Grupo H está marcada para quinta-feira, diante do Gana, no Estádio 974, em Doha, antes de defrontar o Uruguai, a 28 Novembro, e a Coreia do Sul, de Paulo Bento, a 2 de Dezembro.
A 22.ª edição do Campeonato do Mundo decorre até 18 de Dezembro, no Qatar. Com Lusa