Costa prepara-se para processar por ofensa à honra ex-governador do Banco de Portugal

Primeiro-ministro sentiu-se ofendido com teor de livro de Carlos Costa. PSD pede explicações ao chefe de Governo.

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António Costa não obteve um pedido de desculpas por parte do ex-governador do Banco de Portugal EPA/STEPHANIE LECOCQ

O primeiro-ministro admitiu esta quinta-feira processar o ex-governador do Banco de Portugal Carlos Costa por ofensa à sua honra, depois de o antecessor de Mário Centeno dizer que foi pressionado para não retirar Isabel dos Santos do BIC.

Esta posição foi transmitida por António Costa aos jornalistas, à entrada para a reunião da Comissão Política do PS, depois de confrontado com o teor de um livro do ex-governador do Banco de Portugal, Carlos Costa.

“A única coisa que eu posso dizer é que, como é sabido, através do Observador, foram proferidas pelo doutor Carlos Costa declarações que são ofensivas da minha honra, do meu bom nome e da minha consideração”, declarou o líder socialista.

O líder do executivo disse que contactou Carlos Costa e o ex-governador do Banco de Portugal “não se retratou nem pediu desculpas”.

“E, portanto, constituí como meu advogado o doutor Manuel Magalhães e Silva, que adoptará os procedimentos adequados contra o doutor Carlos Costa, para defesa do meu bom nome, da minha honra e consideração. É a justiça também a funcionar”, acrescentou.

Com o título “O Governador”, o livro é da autoria do jornalista Luís Rosa, do Observador, que fez uma pré-publicação esta quinta-feira.

Segundo o texto, na conversa com o Governador, António Costa terá dito: “Não se pode tratar mal a filha do Presidente de um país amigo de Portugal”.

O PSD, pela voz do vice-presidente António Leitão Amaro, exigiu saber se o primeiro-ministro pressionou o Banco de Portugal. “António Costa deve dizer se e e porque interferiu junto de uma instituição independente para manter Isabel dos Santos. É uma situação demasiado grave. Tem de responder se interferiu, se teve um contacto para deixar intocável Isabel dos Santos”, afirmou o dirigente social-democrata.

O livro é lançado na próxima semana, dia 15 de Novembro, na Fundação Calouste Gulbenkian.