Fogo em Ourém obriga a evacuar casas e já causou prejuízo de um milhão de euros

O incêndio lavra desde as 14h40 da tarde desta sexta-feira na freguesia de Espite, em Ourém, e já obrigou ao corte de circulação de comboios na Linha do Norte. Às 22h estavam no local 731 bombeiros, apoiados por 223 veículos.

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Chamas aproximaram-se de habitações em Ourém nesta sexta-feira EPA/PAULO CUNHA
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Às 22h o incêndio em Ourém mobilizava mais de 700 bombeiros e 200 veículos EPA/PAULO CUNHA

Um incêndio que começou pelas 14h40 no concelho de Ourém, distrito de Santarém, está a desenvolver-se a grande velocidade e há aglomerados habitacionais na sua linha de propagação, disse a Protecção Civil. De acordo com o presidente da Câmara Municipal de Ourém, Luís Albuquerque, pelo menos 50 pessoas já foram retiradas de casa.

“Estamos a falar de um território muito disperso, com casas muito dispersas no meio da floresta, e por uma questão de precaução entendemos por bem ir evacuando algumas casas, prevendo que o fogo poderia chegar perto dessas casas. Isso efectivamente foi feito, mas povoações inteiras não”, explicou o autarca de Ourém.

Além das habitações ameaçadas pela proximidade das chamas, o incêndio que começou no Carvalhal já destruiu um aviário, provocando um prejuízo de cerca de um milhão de euros, disse à Lusa fonte da empresa situada em Resouro, na freguesia de Urqueira. A empresa dedica-se à produção de ovos e não sabe como vai agora cumprir os contratos para distribuição do produto.

“O pavilhão que ardeu era o mais recente e estavam lá dentro 200 mil galinhas poedeiras novas. Cada uma custa cerca de cinco euros, pelo que o prejuízo é enorme”, lamentou a mesma fonte. “De um momento para o outro já estava tudo a arder e não havia nada a fazer.”

O fogo lavra desde as 14h40 desta sexta-feira no distrito de Santarém. EPA/PAULO CUNHA
Habitantes da localidade de Urqueira, em Ourém, também tentaram travar as chamas. EPA/PAULO CUNHA
Pelo menos 50 pessoas foram retiradas das suas casas por precaução. EPA/PAULO CUNHA
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O fogo lavra desde as 14h40 desta sexta-feira no distrito de Santarém. EPA/PAULO CUNHA

De acordo com Luís Albuquerque, pelas 20h40, o incêndio continuava “com duas frentes activas” e “com grande intensidade”. Ao longo desta tarde as chamas avançaram também “com grande velocidade e capacidade de propagação”, obrigando os bombeiros a proteger as habitações na linha de fogo.

O incêndio obrigou ainda ao corte da circulação de comboios na Linha do Norte, interrompida às 18h30 entre Caxarias e Albergaria dos Doze.

A tarde desta sexta-feira ficou também marcada por um acidente entre um veículo de combate às chamas dos bombeiros e um automóvel que provocou três feridos ligeiros. As pessoas que viajavam no carro foram assistidas no Hospital de Leiria.

Noite será de “muito trabalho” em Ourém

O vento na noite desta sexta está a “afectar as acções de combate” ao incêndio, avançou o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Santarém, em declarações à Lusa. Pelas 23h20, o incêndio continuava a lavrar com “intensidade” e fazia prever um reforço dos meios de combate ao fogo no terreno ao longo da madrugada.

A Protecção Civil admitiu ainda que “não vai haver recuperação nocturna” devido à escassa humidade no ar. “O que prevemos é que haja uma redução da intensidade do vento no período nocturno, no entanto, as previsões meteorológicas vão ser desfavoráveis”, observou a mesma fonte do CDOS de Santarém, afirmando que a “entrada da humidade não vai ocorrer”.

Às 22h, num ponto de situação da Protecção Civil, o incêndio em Ourém era considerado a única ocorrência importante em curso em Portugal. No terreno contavam-se 731 operacionais, apoiados por 223 veículos.

“Os meios [de combate] estão finalmente a chegar ao teatro de operações e esperamos que, com a chegada desses meios, nós consigamos daqui a algum tempo uma situação bem melhor do que aquela que temos tido durante a tarde”, observava o presidente da câmara de Ourém, Luís Albuquerque, ao final da tarde.

Luís Albuquerque alertava já que as condições meteorológicas eram melhores, mas não “favoráveis”, perspectivando “uma noite de muito trabalho”.

“Será uma noite de muito trabalho, esperando que os meios [de combate] que estão em trânsito (...) possam chegar o mais rápido possível para ver se conseguimos começar a dominar o incêndio”, acrescentou.

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