Alex Jones condenado a pagar mais 44 milhões aos pais de criança morta em Sandy Hook
Tribunal do Texas acrescenta o pagamento de danos punitivos à sentença do conhecido promotor de teorias de conspiração.
Um júri do Texas decidiu que Alex Jones, um conhecido promotor de teorias de conspiração, terá que indemnizar os pais de uma das vítimas do tiroteio na escola de Sandy Hook, em 2012, com 49 milhões de dólares (44,4 milhões de euros) adicionais. A decisão chegou um dia depois de o mesmo tribunal ter condenado Jones a uma indemnização de 4,1 milhões de dólares (4 milhões de euros).
Os 12 jurados decidiram acrescentar à sentença os danos punitivos depois de determinar os danos compensatórios, após um julgamento que durou duas semanas no processo de difamação presidido pela juíza Maya Guerra Gamble no tribunal estadual da capital texana de Austin, onde o site Infowars e o respectivo programa de rádio estão sedeados.
A condenação encerra assim um caso de difamação que começou em 2018, quando os queixosos Scarlett Lewis e Neil Heslin, os pais da criança de seis anos, processaram Jones e a sua empresa por alegar que o tiroteio na escola de Sandy Hook foi uma encenação montada por opositores do direito à posse de armas. Após a sentença, Jones admitiu que o tiroteio na escola foi “100% real”, reconhecendo também que foi irresponsável declarar o contrário.
Os pais da vítima Jesse Lewis iniciaram o processo legal depois de Jones divulgar informações falsas sobre o massacre, que custou a vida de 26 pessoas em Newtown, Connecticut, incluindo 20 crianças. Ao mesmo tempo, a família foi perseguida e ameaçada de morte por apoiantes de Jones.
Depois do julgamento que decorreu no Texas, Alex Jones vai ser julgado no Connecticut por outra acusação de difamação feita por um agente do FBI e pelas famílias de oito crianças mortas na escola de Sandy Hook. Em Setembro, será novamente julgado no Texas, num processo movido pelos pais de Noah Pozner, outra criança de seis anos que morreu no ataque.
Para além dos processos por difamação relacionados com o ataque mais mortífero de sempre em escolas nos EUA, Jones está também a ser alvo das investigações da comissão de inquérito sobre a invasão do Capitólio dos EUA.
Conhecido apoiante de Donald Trump, Jones foi uma das figuras em destaque nas manifestações de apoio ao então Presidente dos EUA, nos dias 5 e 6 de Janeiro de 2021, em Washington D.C., e é suspeito de ter ajudado a coordenar um ataque contra o Capitólio realizado pela milícia antigoverno Oath Keepers e pelo grupo de extrema-direita Proud Boys, cujos líderes já foram acusados criminalmente de conspiração sediciosa.