Fotografia
O mundo (infravermelho) é um lugar estranho
Saint-Exupéry já dizia, em O Principezinho, que "o essencial é invisível aos olhos". As fotografias premiadas pelo concurso Life in Another Light, da Kolari Vision, descrevem algo invisível que bem poderia descrever o estranho mundo do pequeno Rei Sol, mas não. Estes são retratos do mundo que conhecemos, mas à vista de uma outra luz. A fotografia com filtro de infravermelhos abre uma janela sobre o invisível. O P3 seleccionou algumas das melhores fotos da segunda edição do concurso, anunciadas em Janeiro de 2021.
Mas como obter estas imagens? O olho humano é capaz de captar comprimentos de onda entre os 400 e os 700 nanómetros. Com um filtro de infravermelhos sobre a lente ou sobre o sensor digital de uma câmara — ou com a película fotográfica certa, no caso da fotografia analógica —, essa consegue fixar luz que vai para além do limite da percepção humana. E o resultado é refrescante, apesar da antiguidade deste processo — que data de 1910, momento em que Robert W. Wood, considerado por muitos o "pai" da fotografia a infravermelho, publicou a primeira numa revista científica.