Como vai ser o Natal? Na Catalunha terá no máximo dez pessoas e recolher obrigatório

As entradas e as saídas da Catalunha sem motivo de força maior continuam limitadas até 17 de Janeiro — o que impede deslocações de famílias que residam fora da comunidade autónoma. Também a proibição de circulação na via pública entre as 22h e as 6h promete mexer com algumas tradições da quadra.

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Reuters/NACHO DOCE

Um pouco por toda a Europa, as festas de Natal e de Ano Novo ainda são uma incógnita – com os casos a aumentar, a recomendação é, por enquanto, de ficar em casa. Na Catalunha, vai iniciar-se já na próxima semana uma reabertura faseada da cultura, restauração e desporto, mas, de acordo com os planos do Departamento de Saúde do Governo, citado pelo La Vanguardia, o recolher obrigatório durante a noite veio para ficar pelo menos até ao Ano Novo.

Paralelamente, as entradas e as saídas da Catalunha sem motivo de força maior continuam limitadas até 17 de Janeiro — o que impede deslocações de famílias que residam fora da comunidade autónoma — e os ajuntamentos estarão limitados a dez pessoas entre 21 de Dezembro e 3 de Janeiro (o que corresponde ao nível três do desconfinamento). Essas dez pessoas “correspondem a um máximo de duas bolhas de convivência habituais, ou uma bolha ampliada”, lê-se no documento.

A proibição de circulação na via pública entre as 22h e as 6h até ao início de Janeiro também mexe com as tradições da quadra: ficam impedidos os jantares de Natal de amigos e da empresa ou a celebração do Ano Novo na rua. Quanto aos actos religiosos, por altura do Natal os locais de culto estarão limitados a 50% da lotação habitual, ou um máximo de 500 pessoas.

A Catalunha vai entrar, a partir do dia 23 de Novembro (próxima segunda-feira), na primeira fase de reabertura depois do confinamento, com a cultura, a restauração e o desporto a retomar actividade depois de terem estado encerrados. Mas com regras: de acordo com a proposta do departamento de Saúde, nesta primeira fase, os ajuntamentos estão limitados a seis pessoas, o comércio e a restauração têm como limite 30% da ocupação do espaço (sendo que no caso da restauração só se pode servir no exterior, pelo menos até 7 de Dezembro) e o desporto pode ter 50% do número de adeptos normais, mas apenas no exterior. A cultura também tem um limite de 50% da lotação nos equipamentos, ou máximo de 600 pessoas. O teletrabalho será para continuar até 2021, pelo menos.

Plano final deve ser aprovado na quarta-feira 

Esta é ainda uma proposta pelo que ainda tudo se mantém em aberto. Não foi aprovado nenhum plano, apesar das várias reuniões que já aconteceram entre os vários departamentos do governo local. O plano final, que deverá ser aprovado esta quarta-feira pela Protecção Civil da Catalunha (Procicat), pode ser diferente da versão apresentada pelo La Vanguardia, admite o jornal. A razão prende-se com a resolução de alguns pormenores ainda pendentes no momento em que este documento foi divulgado, com vários departamentos do Governo em discrepância em vários pontos — nomeadamente sobre a reabertura de bares e restaurantes.

O documento entretanto conhecido propõe uma reabertura gradual e dividida em quatro fases, depois de o próprio Governo ter admitido que o desconfinamento feito em Junho foi precipitado e um erro. O novo plano prevê uma reavaliação da evolução da pandemia a cada 15 dia: só se relaxam medidas de confinamento se o número da taxa reprodução do vírus (ou RT) se mantiver abaixo de 0,9.

Neste momento, cada região autónoma está a avaliar como será o Natal. Em Madrid, o governo regional pediu ao executivo espanhol que autorizasse testes de antigénio (os testes com resultados rápidos) nas farmácias da região, com o objectivo de testar em massa toda a população da comunidade autónoma antes do Natal. A informação foi divulgada esta terça-feira numa entrevista à televisão La Sexta pelo vice-presidente da comunidade, Ignacio Aguado.

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