Governo “preparado” para estender moratórias bancárias e lançar novas linhas de crédito

O ministro da Economia desvaloriza as preocupações dos parceiros sociais, que se dizem pouco representados no plano de recuperação.

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Pedro Siza Vieira LUSA/RUI FARINHA

O ministro da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, afirmou, esta terça-feira, em entrevista à TVI, que o Governo está preparado para estender as moratórias bancárias, bem como lançar novas linhas de crédito.

“Estamos preparados para estender as moratórias bancárias, estamos preparados para flexibilizar o apoio à retoma progressiva e estamos preparados para lançar novas linhas de crédito”, afirmou Siza Vieira, numa entrevista sobre o plano de recuperação económica do país.

O ministro desvalorizou as preocupações dos parceiros sociais, que se dizem pouco representados no Plano de Recuperação e Resiliência, dizendo que uma das prioridades do Governo é apoiar as empresas numa altura tão “adversa”.

Para o ministro, os esforços feitos até ao momento pelas empresas não serão em vão. “Temos um conjunto de verbas muito significativas no plano de recuperação dirigidas às empresas. Vamos contar com instrumentos de capitalização das empresas e vamos contar com a operação do novo Banco de Fomento, que vai estar disponível não apenas para apoiar a capitalização das empresas, mas também para estender crédito para os investimentos para modernizarmos a nossa economia”, disse.

Fundos europeus não são “saco de dinheiro”

Sobre a utilização do dinheiro da União Europeia destinado a apoiar os países nos seus esforços de superação da crise gerada pela pandemia, o ministro indicou que o mais importante é haver transparência e responsabilidade e investir na recuperação e na reforma da economia.

Depois da aplicação dos fundos europeus, Siza Vieira espera ver a sociedade portuguesa “mais inclusiva e mais justa”. O ministro quer ver cumpridas em nove anos as metas de digitalização e descarbonização da economia. O maior desafio, acredita, será modernizar a justiça e a administração pública, que considera estarem “no século XX” no que diz respeito ao digital.

Pedro Siza Vieira relembrou ainda que existem regras às quais o país terá que obedecer para aplicar os fundos europeus. “Não é um saco de dinheiro ao qual nós podemos fazer o que quisermos”, avisou. “Nos melhores anos, nós executamos 3000 milhões de euros em projectos de fundos europeus. Agora, vamos ter de executar, durante os primeiros seis anos, 6000 milhões.”

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