Novo Banco remete venda da GNB para reguladores e ameaça processar PÚBLICO

O Novo Banco garante que o comprador da seguradora “teve a idoneidade verificada pelo regulador de seguros” e que a venda foi feita com acordo com Fundo de Resolução (Banco de Portugal). Banco diz que “campanha” do PÚBLICO “será analisada juridicamente”.

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Rui Gaudencio

Numa nota enviada esta segunda-feira às redacções, o Novo Banco esclarece que “concretizou a venda da totalidade do capital social da GNB – Companhia de Seguros de Vida, S.A. (“GNB Vida”) à GBIG Portugal, S.A., uma sociedade totalmente detida por fundos geridos pela APAX PARTNERS, LLP, no dia 14 de Outubro de 2019, cumprindo o compromisso do Acordo Portugal/Comissão Europeia que obrigava a venda até 2019”.

“O valor de venda ascendeu a um preço fixo inicial de 123 milhões de euros, acrescido de uma componente variável de até 125 milhões de euros indexada a objectivos de distribuição constantes do contrato entre o Novo Banco e a GNB Vida para distribuição de produtos de seguros vida em Portugal por um período de 20 anos”, acrescenta o banco.

Com este contrato, “que tem por base uma parceria de longo prazo com incentivos partilhados”, o Novo Banco “garante a distribuição de produtos de seguros vida da GNB Vida em Portugal na rede comercial do banco, assim como promove a inovação financeira e a melhoria do cross selling dos produtos de seguros vida”, dia ainda a entidade bancária.

O Novo Banco considera ainda que “o preço final da transacção foi o melhor e resultou de um processo organizado de venda, competitivo e transparente, com o acordo do Fundo de Resolução, em que o comprador obteve idoneidade por parte da ASF”.

Esta reacção replica, no essencial, as respostas do Novo Banco incluídas no artigo do PÚBLICO, baseado em dados factuais e comprovados, que dá conta de que o Novo Banco vendeu em Outubro a seguradora com desconto de quase 70% a fundos geridos pela Apax, operação que gerou uma perda de 268,2 milhões que foi “compensada” com verba do Fundo de Resolução. Além disso, o negócio foi fechado com um magnata condenado por corrupção nos Estados Unidos.

Na nota divulgada pela Lusa, esta segunda-feira, o banco dirigido por António Ramalho e detido em 75% pelo fundo americano Lone Star diz ainda que “a campanha continuada do PÚBLICO será analisada juridicamente”.

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