Motorista de autocarro envolvido em incidente com Cláudia Simões foi agredido em Massamá
Agressões ocorreram na Avenida 25 de Abril. O porta-voz da Direcção Nacional da PSP, questionado sobre se tratou de uma retaliação afirmou: “Não temos nenhuma indicação que aponte para esse cenário mas estamos a investigar”
Um motorista de autocarro da transportadora Vimeca foi agredido na noite desta sexta-feira em Massamá, concelho de Sintra. Segundo confirmou fonte da Polícia de Segurança Pública ao PÚBLICO, trata-se do mesmo motorista envolvido no incidente com Cláudia Simões, uma mulher de 42 anos que acusa a PSP de agressões e racismo.
O mesmo já foi confirmado oficialmente pelo porta-voz da Direcção Nacional da PSP, que explicou que o motorista foi transportado para o Hospital de S. Francisco Xavier, num estado que inspirava cuidados. Na manhã deste sábado permanecia internado naquela unidade de saúde.
O incidente ocorreu na Avenida 25 de Abril, em Massamá, por volta das 21h20 e o alerta para os serviços de emergência foi dado por volta das 21h40. Duas carrinhas do pelotão de intervenção rápida da PSP foram destacadas para o local.
Segundo o porta-voz da PSP, o motorista estava a fazer uma pausa na paragem terminal do autocarro e foi surpreendido por alguém que o agrediu, não especificando se foi uma ou mais pessoas. Questionado sobre se trataria de retaliação, o porta-voz afirmou : “Não temos nenhuma indicação que aponte para esse cenário mas estamos a investigar”, não tendo adiantado mais informação.
Foi no domingo que Cláudia Simões acusou um agente da PSP de a ter agredido após uma viagem de autocarro, o número 163 da Vimeca. Segundo um comunicado oficial daquela polícia, o agente foi chamado pelo motorista por, alegadamente, a passageira não ter consigo o título de transporte da filha, tendo o operacional imobilizado e algemado a mulher de 42 anos por esta se mostrar “agressiva”.
Cláudia Simões e o seu sobrinho, por seu turno, alegam que o motorista empregou linguagem racista e que o agente da PSP recorreu à força após um comentário da passageira. Cláudia Simões diz que garantiu ao motorista que um outro filho estaria na paragem de autocarro com o passe da criança — que é gratuito até aos 12 anos.
A mulher acabaria por ser levada para a esquadra da PSP — foi durante a viagem que diz ter sido violentamente agredida pelo polícia que ia com ela no banco traseiro — e, mais tarde, receber assistência médica, com os bombeiros a encontrarem a vítima na via pública com traumatismos e escoriações. A PSP alega que a mulher sofreu uma queda na rua, fora da esquadra, quando chamou os bombeiros.
O Ministério da Administração Interna pediu uma inspecção ao caso. Paralelamente, a Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI), a “polícia dos polícias”, abriu um processo administrativo ao Sindicato Unificado da Polícia de Segurança Pública por causa de um post que aquela organização publicou no Facebook em defesa do agente acusado de agredir Cláudia Simões, em que se insinuava que a cidadã em causa teria “doenças graves”. Esse post já foi retirado.
Texto actualizado às 12h56 deste sábado com informações da Direcção Nacional da PSP