A liberdade do artista e dos seus críticos

Arte que ofende a moral reinante é essencial. Mas quando se começa a dar cobertura a quem ameaça os críticos, há um patamar civilizacional que é ultrapassado.

Há duas semanas, recebi uma mensagem de uma amiga que perguntava de rompante: “o que achas deste vídeo?” Era óbvia a indignação. Segui o link e vi um videoclip musical que retratava uma situação de brutal violência doméstica. Via-se um homem a surpreender a mulher na cama com o melhor amigo, ameaçando-a com uma caçadeira, enfiando-lhe mesmo o cano da dita na boca, insultando-a da forma mais obscena que se possa imaginar. No fim, quando tudo parecia não passar de um pesadelo, descobrimos o amante escondido no guarda-fatos, sugerindo que, afinal, a mulher era mesmo uma falsa e uma traidora e que tinha o que merecia.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Ler 7 comentários