Pugdemont é candidato às eleições europeias
O antigo presidente da Generalitat quer internacionalizar a luta da Catalunha a partir da UE, mas a lei diz que não pode tomar posse sem ir a Espanha - e se for é preso.
O antigo presidente do governo autonómico da Catalunha, Carles Puigdemont, exilado na Bélgica, é o cabeça de lista do partido independentista Junts per Catalunya (JxCat) às eleições europeias de 26 de Maio.
Puigdemont, de 56, saiu de Espanha em Outubro de 2017, depois de o Governo de Madrid o ter afastado e ter assumido o governo da Catalunha, na sequência do referendo que a justiça espanhola considerou ilegal e da proclamação de independência que se lhe seguiu.
“Este é o momento de dar mais um passo para internacionalizar o direito da Catalunha à auto-determinação, a partir do coração da Europa para todo o mundo”, escreveu Puigdemont no Twitter.
Puigdemont e outros cinco antigos dirigentes catalães serão presos se voltarem a Espanha, onde decorre o julgamento por rebelião de outros 11 antigos líderes que estão presos, entre eles Oriol Junqueras, que é o candidato da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) às europeias e também às legislativas espanholas de Abril.
Não é claro se Puigdemont poderá tomar posse como deputado do Parlamento Europeu caso seja eleito. Segundo os jornais espanhóis, a lei eleitoral espanhola diz que o candidato tem que regressar a Espanha para prestar juramento perante um conselho eleitoral que pede aos eleitos que cumpram a Constituição espanhola enquanto deputados europeus. Se não o fizer, e segundo a lei, não pode ocupar o seu lugar no PE.
Também não é claro o que acontecerá caso Junqueras seja eleito para o Parlamento Europeu.
No Verão passado, a Justiça espanhola anulou o mandado de captura europeu contra Puigdemont, depois de um tribunal alemão ter deliberado que podia ser extraditado para Espanha para enfrentar acusações de mau uso de fundos públicos mas não por rebelião.
A partir da Bélgica, Puigdemont candidatou-se nas eleições regionais de 2017 e foi proposto para presidente da Generalitat pela maioria pró-independência, mas a Justiça impediu a sua posse por estar fora do país.